“Shaq é apenas o 5º melhor poste da história.” Uma verdade que muitos não aceitam

Numa edição do programa televisivo First Take da ESPN, “Mad Dog” Russo, famoso pelo seu tempo como locutor de rádio, deu uma opinião bastante controversa sobre onde se posiciona Shaquille O’Neal entre os grandes postes da história da liga. “Mad Dog” disse com todas as palavras que Shaq estava, no máximo, em 5º lugar na sua lista. O jornalista foi bastante criticado, por dizer o que muitos não querem ouvir…

“Mad Dog” referiu nomes como Hakeem Olajuwon, Kareem Abdul-Jabbar, Wilt Chamberlain, Moses Malone e até Tim Duncan, sem ordem específica.

O leitor deve estar a pensar “Mas o Shaq foi o poste mais dominante da história!”. Bem, esta opinião é no mínimo discutível, pois Shaq provavelmente não foi “O” poste mais dominante, mas sim “Um” dos postes mais dominantes. O título de “Poste mais dominante da história” tem mais chances de pertencer a Wilt Chamberlain, aquele “moço” que uma vez fez 50 pontos por jogo durante uma temporada inteira.

Outra desculpa usada é “Mas o Shaq tem 4 anéis!“. Então, neste caso, temos muitos jogadores para explorar, entre eles: Tim Duncan, Kareem Abdul-Jabber e Bill Russell, aquele jogador que não tem dedos suficientes para enfiar todos os seus anéis de campeão.

Mas é verdade que Shaq não jogou nos dias de Kareem, Russell ou Wilt, sendo até a um certo ponto, injusta a comparação, e é aqui que entra Hakeem “The Dream” Olajuwon. Como é que Shaq pode ser classificado como o poste mais dominante da sua era, quando a primeira e única vez que apanhou um poste à sua altura nas finais, perdeu em quatro jogos? Como é que Shaq pode ser classificado como o poste mais dominante da sua era, se permitiu Hakeem fazer 33 pontos, 11 ressaltos e 5.5 assistências por jogo durante os quatro jogos das finais. Ou é de mim ou alguém foi superior quando a bola mais pesava.

Outro jogador que é completamente ignorado neste conversas é Moses Malone. Moses jogou numa altura onde havia uma grande estrela na sua posição, Kareem Abdul-Jabbar, daí ser algo que “esquecido” pelos adeptos, algo parecido com a relação de Clyde Drexler e Michael Jordan. Mas não se enganem, Malone era um bom, mas um bom jogador de basquetebol. Estamos a falar de um senhor que no seu pico tinha números à “Shaq”, com médias de 27.4 pontos, 15.4 ressaltos e 1.5 desarmes de lançamento por encontro.

Querem falar de conquistas individuais? Malone venceu três MVP, Shaq apenas um. Malone liderou a liga em ressaltos seis vezes consecutivas, Shaq nenhuma. Temporada mais dominante? Malone na temporada 81-82 teve uma média de 31.1 pontos e 14.7 ressaltos por jogo. Na temporada 99-2000, a melhor de Shaq, o “Diesel” marcou menos pontos e apanhou menos ressaltos por jogo. Shaq venceu mais títulos que Malone, mas sempre teve os melhores ao seu lado. Quando Malone teve ajuda em 1983, neste caso, de Dr. J, o grande Julius Erving, levou o “caneco” para casa, com médias de 25.8 pontos e 18 ressaltos por jogo em cima de nada mais, nada menos, de Kareem Abdul-Jabbar e dos “ShowTime” Lakers. Convencidos?

Concluindo, o que é que Shaquille O’Neal traz de tão especial em relação a outros grandes? Números? Títulos? Estilo de jogo? “Diesel” tinha um jogo divertidíssimo e assustador ao mesmo tempo de se assistir, mas se formos por essa lógica, podemos assumir então que um Jordan Poole “quentinho” é mais jogador do que Steve Nash alguma vez foi. Parece ridículo não é? Então é porque é.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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