Incompreendido, subvalorizado, sobrevalorizado, incrível, quem é Russell Westbrook
Na noite em que Russell Westbrook finalmente se tornou no jogador com mais triplo-duplos na carreira (182), os seus Washington Wizards perderam por um ponto com os Atlanta Hawks (124-125) com o lançamento da possível vitória falhado pelo base.
Para quem olhar para resultados vai apontar principalmente que a sua equipa perdeu. No entanto, ao marcar 11 pontos e realizar 10 assistências sem perder uma única bola no quarto período, Westbrook esteve perto de conseguir uma recuperação fantástica.
O jogador é por vezes é subvalorizado, às vezes sobrevalorizado, mas muitas mais vezes subvalorizado. Para aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele no dia a dia, são os primeiros a falar de um líder exemplar, trabalhador e atencioso com os companheiros e colaboradores, mesmo os mais complicados.
Russell Westbrook não dá a mínima importância às críticas e isso irrita alguns, que gostariam de vê-lo a tornar-se noutra pessoa. Mas essa mesma característica, esse mesmo “eu não me importo”, é o que o leva a tratar todos da mesma forma numa organização. Ele respeita os treinadores da mesma forma que respeita os ajudantes do pavilhão ou o quem carrega as malas. Não dá tanta importância ao basquetebol, não assiste a jogos. Não temos a certeza se conhece metade dos adversários que tem pela frente todas as noites.
Mas isso não o impede de adorar o seu desporto. Adorar jogar, adorar competir mais do que qualquer um dos colegas, adorar vencer. E acima de tudo adora dar tudo. O público em geral empurra os atletas para a conquista de títulos, mas irrita-se quando um jogador como ele, que continua na mesma satisfeito, mesmo que isso signifique nunca ganhar um anel.
No final das contas, o público em geral não conhece Westbrook. Porque não há outros jogadores como ele. Ele é tão atípico, tão único, tão diferente. Sozinho nos seus números porque com ele há também uma história de números. 182 triplo-duplos. 4 temporadas com um triplo-duplo de média. 11 triplo-duplos consecutivos. 42 triplo-duplos numa temporada. Conquistas sem precedentes.
As estatísticas são enganosas? Basta perceber que Russell Westbrook, em quatro das últimas cinco temporadas, tem uma probabilidade maior de fazer um triplo-duplo (46%) do que fazer um cesto (43%). Mas também é quase sempre benéfico para a equipa. Dos seus 182 triplo-duplos, as suas equipas ganharam 136 vezes. Apenas 46 derrotas. Ou seja, um registo de 74% de vitórias.
Talvez seja difícil de entender, difícil de classificar. Mesmo assim, é incrível.
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