Análise Crítica: “Ant-Man” pediu 45 nuggets com molho de derrota

Nesta madrugada de segunda-feira, os Minnesota Timberwolves receberam os Denver Nuggets para o jogo 4 da 2ª ronda dos Playoffs da NBA. O jogo acabou 115 – 107 para os visitantes, que tiveram uma noite quase que perfeita em termos ofensivos.

Tudo empatado na eliminatória. Num jogo onde Denver esteve 38:39 minutos à frente no marcador, Nikola Jokic, Jamal Murray e Aaron Gordon foram as caras da equipa vencedora, onde combinaram para 81 dos 115 totais.

Anthony Edwards esteve soberbo com 45 pontos. Não só mostrou vontade de ir atrás do resultado, como o fez com grande imprevisibilidade. Os lançamentos de três e belíssimas penetrações no garrafão adversário desnortearam a defesa de Denver, que pouca resposta tinham para o americano.

O que faltou aos T-Wolves

Karl Anthony-Towns, só. Num encontro onde fez 13 pontos em 18 lançamentos, KAT não elevou, ou sequer manteu, o nível de jogo quando a equipa mais precisava.

Michael Porter Jr., Aaron Gordon e até Jokic, estiveram muito ativos no poste dominicano, principalmente MPJ, que esteve colado a KAT no terceiro período, que curiosamente, foi o melhor do gigante de Minnesota.

Mike Conley devia ter mais bola. Conley é um base clássico, sabe distribuir e quando o deve fazer, é um bom atirador e uma boa opção para tirar a pressão de Anthony Edwards.

Com 15 pontos, 9 assistências e 0 turnovers, o base da Universidade de Ohio mostrou-se como a segunda melhor opção da equipa, mas mesmo assim, mais bolas deviam começar nas mãos de Conley.

O excesso de Gobert

Rudy Gobert é um poste excelente. Apanha ressaltos, é um “abafador” profissional e um dos melhores da liga a fazer bloqueios. No entanto, o francês teve demasiada bola hoje. Se uma equipa quer envolver Gobert no jogo, tem de ser de duas maneiras: Pick-and-Roll ou um mismatch no garrafão, mas o poste teve muitas bolas onde o mesmo estava no poste baixo e perdeu a posse de forma ridícula. Isto comprova-se pelos seus 5 turnovers, que foi praticamente metade da equipa inteira, que foram 11.

Falta de compreensão do treinador

Micah Nori, que após a estranha lesão de Chris Finch, assumiu o papel de treinador temporário da equipa, teve algumas decisões, que foram no mínimo, questionáveis. Começando pela falta de utilização de Naz Reid.

Naz Reid não é metade do defensor interior que Gobert é, no entanto, é um jogador mais ágil e rápido. Com isto quero dizer o que? Naz Reid devia ter ficado com Jokic durante pelo menos 2/3 do jogo, e não ficou. O 3x MVP da NBA puxou muitas vezes Gobert para o perímetro, explorando sua a fraca agilidade, coisa que, com Naz Reid, não seria problema.

Se Micah Nori não queria sacrificar a presença interior de Gobert, então tirava KAT, que nem defendia, nem atacava com a qualidade desejada. Para dar contexto, Reid fez menos dois pontos que KAT, mas com menos 19 minutos em campo.

Também faltou experimentar matchups diferentes. Jamal Murray fez uma “parga” de cestos em jogadas de bloqueio direto com Nikola Jokic, especialmente na segunda metade, onde o jogador atacado era Karl Anthony-Towns, que trocava os passos todos nos bloqueios diretos entre os homens de Denver.

No último período, novamente a mesma história, Naz Reid. O poste americano nem viu tempo de jogo nos 12 minutos finais, mas adivinhem, Kyle Anderson, dos jogadores mais lentos da NBA, esteve lá dentro contra uma equipa que não é “rápida”, mas está sempre a rodar a bola e a fazer passes de uma ponta a outra. A desculpa de ser um jogador completo neste jogo não caí, já que o extremo não fez nem um ponto, nem apanhou um ressalto.

Caiu tudo para os campeões

Não havia muito mais que a turma de Mike Malone pudesse fazer. Um jogo quase perfeito, onde todos os jogadores pareciam que iam acertar qualquer lançamento que saia das suas mãos, principalmente Aaron Gordon.

“AG” foi uma grande história no ano passado, sendo o terceiro jogador mais impactante da equipa campeã, mas este ano parece que vai continuar. O extremo “saltitão” fez 27 pontos e acertou 11 dos 12 lançamentos que tentou. Os pontos vieram de triplos do canto, cestos contestados e passes que só Nikola Jokic vê.

Mas Denver não pode contar com jogos de quase 30 pontos de MPJ ou de Gordon, pois eles são “Jokers”.

Os Nuggets aproveitaram bem as fraquezas defensivas de Towns para envolvê-lo em jogadas de bloqueio direto na segunda parte. Os bloqueios levavam a bolas de Jamal Murray, ou então ao clássico Pick-And-Roll, onde o sérvio as metia no cesto com grande classe.

O jogo 5 será em Denver, numa disputa que com toda a certeza irá definir a série. Quem vencer fica a um jogo de chegar às finais de conferência e provavelmente o favorito ao título da NBA.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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