Quem é o favorito ao Ouro nos Jogos Olímpicos?

Os Estados Unidos da América são os claros favoritos a ganhar a medalha de Ouro em Paris mas pode outro país criar uma surpresa?

1 – Estados Unidos da América

Com a Justice League, os Estados Unidos da América são claramente os favoritos a ganhar a medalha de ouro. LeBron James, Kevin Durant, Stephen Curry, Anthony Davis, Bam Adebayo, Joel Embiid, etc é um plantel absurdo porém tem um problema, não tem continuidade. Isto pode não ser problema na fase grupos mas nos quartos de finais até à final, uma derrota faz com que sejam eliminados.
Em condições normais, ganham o ouro mas se encontrarem a Alemanha e a fisicalidade germânica ou a Sérvia em condições normais de Bogdanovic e Guduric, o resultado da primeira ronda não se repete e podem vir a ser eliminados, principalmente com a dificuldade do Embiid em defender com tanta fisicalidade.

2 – Alemanha

Os campeões mundias e talvez quem merecia estar em primeiro como favoritos. Claramente a máquina mais oleada e capazes de eliminar qualquer equipa devido à sua continuidade e fisicalidade. Franz Wagner e Dennis Schroeder são as estrelas da companhia em que lideram com cortes para o cesto e criação para outros enquanto Obst, Lo servem como snipers, Bonga como um extremo capaz de defender o melhor jogador da outra equipa e Voigtmann e Mo Wagner a massacrar todos os frontcourts que lhes aparecerão em frente.
Tirando o claro intervalo de talento puro que existe entre a Alemanha e os Estados Unidos da América, a Alemanha é em tudo superior, incluindo no coaching staff para condições da FIBA e podem eliminar qualquer equipa em qualquer jogo e afirmar-se como a melhor nação do mundo em basquetebol.

3 – Canada

A equipa com mais talento na NBA a seguir aos Estados Unidos da América e tem um equilíbrio bastante melhor que os E.U.A.. SGA pode ser o melhor jogador em campo em qualquer jogo, Jamal Murray oferece segunda criação e Dillon Brooks, Alexander-Walker e Lu Dort são defesas fantásticos e acima de tudo, jogadores complementares. Ao adicionar RJ Barrett que pode oferecer mais criação quando um dos dois principais não se encontram em campo, a maior dificuldade do Canadá será contra equipas com bons defesas de perímetros e postes imponentes. Olynyk, Powell ou Birch são jogadores que podem ceder do lado defensivo por postes mais imponentes fisicamente e podem não chegar sequer às medalhas.

4 – Sérvia

O segundo lugar do mundial e sem o melhor jogador do mundo, não devia estar em quarto. Mas Guduric, Bogdanovic, Micic, Milutinov ou Dobric tiveram um ano menos positivo e mesmo acrescentando Jokic, o valor de Jokic não é, nem pode ser aproveitado a 100% numa situação de jogos olímpicos visto que é muito difícil montar continuidade e esquemas complexos utilizando o génio de Jokic com menos continuidade. O ponto mais fraco é sem dúvida a defesa, nenhum dos melhores jogadores da Sérvia são claros defesas exímios e isso pode fazer com que mesmo num jogo em que o ataque está a um nível normal, as outras equipas consigam entrar num bom ritmo e marcar mais pontos na mesma.
Enquanto são uma equipa que talvez encaixa bem com a Alemanha ou França, um confronto contra o Canadá ou E.U.A. não é benéfico para os Sérvios.

5 – Australia

Os Boomers estão longe dos dias em que eram favoritos às medalhas mas ainda tem muito a dar e podem novamente repetir o feito de Tóquio. Certo que Mills (FIBA Mills está ao nível de MJ), Ingles ou Dellavedova estão na fase descendente da carreira mas com a passagem das chaves à nova geração de Giddey, Daniels, Green ou Exum, esta queda não se tem sentido tanto. O foco estará claramente no jogador dos Bulls, Giddey que terá que oquestrar os Australianos.
Atenção à dupla de australianos dos Rockets que podem brilhar nestes Jogos Olímpicos, em que a fisicalidade de Landale e o espaço que McVeigh oferece, podem causar problemas a qualquer equipa numa boa noite deste flamethrower.

6 – Grécia

Spanoulis, lenda grega e agora treinador da equipa nacional da Grécia é o verdadeiro spotlight desta equipa. Desde que tomou as rédeas da seleção, mudou completamente a forma de jogar dos gregos, focando muito mais em rotação de bola em vez de criação para Giannis Antetokounmpo e numa defesa sufocante, liderada pelo genial defesa Thomas Walkup e a experiência de Nick Calathes, com o suporte de Giannis e Papagiannis perto do cesto.
Com esta alteração, a Grécia tornou-se uma seleção bem mais dinâmica e onde Giannis começou a ser mais produtivo. O maior problema desta equipa é claramente o lançamento exterior que é quase inexistente em Thomas Walkup, Giannis ou Calathes, facilitando muitas vezes a decisão de fechar a área pintada, porém uma boa noite num dos jogos decisivos de um destes 3 ou de Kalaitzakis pode mudar por completo o destino desta equipa.

7 – França

A equipa anfitreã deste torneio que tem sido uma desilusão. Apesar dos nomes sonantes de Wembanyama, Gobert, Lessort, Batum, Yabusele ou Fournier, há um claro problema. Esta seleção não tem um organizador de jogo competente. Talvez daqui a 4 anos a conversa será diferente com Nolan Traoré, mas neste momento não existe ninguém capaz de criar. Strazel ou Albicy são os melhores criadores do jogadores presentes mas não são os criadores principais das equipas onde jogam Nando de Colo já está com uma idade demasiado avançada para conseguir causar estragos. Ntilikina tem boa visão de jogo, mas a limitação como lançador impede que consiga criar o necessário para as torres gémeas de Victor Wembanyama ou Rudy Gobert.
O sucesso desta equipa já depende maioritariamente de Wembanyama e a capacidade que este terá de criar ataque para ele mesmo enquanto os franceses aguentam do lado defensivo. Batum, Fournier, Cordinier e Strazel terão que ser agressivos e com o lançamento em boa forma para os franceses conseguirem alguma medalha.

8 – Espanha

Longe estão os anos da dominante Espanha. Passaram dos irmãos Gasol para os Hernangoméz e Llull, Rudy Fernandez ainda estão apesar de avançada idade. O melhor jogador da Espanha tem aparentado ser Santi Aldama, jogador dos Grizzlies e nestes jogos tem também Lorenzo Brown que esteve lesionado no último mundial e é dos melhores bases da competição, mas mesmo assim torna-se difícil imaginar esta Espanha eliminar um equipa das que se encontram em rankings acima.
Scariolo terá que fazer mais um milagre e maximizar Aldama e Willy Hernangomez com a capacidade de visão e lançamento de Lorenzo Brown para conseguir chegar mais longe na competição e esperar que a experiência de Llull e Fernandez possam levar esta Espanha a mais um resultado surpreendente.

9 – Sudão do Sul

Talvez a seleção menos cotada mas a melhor das 4 consideradas piores. Campeões africanos e com uma performance fenomenal no último mundial, o Sudão do Sul já não é uma surpresa mas sim uma certeza. O investimento de Luol Deng no talento nacional compensou e liderados pelo fenomenal Carlik Jones e com a atividade de Gabriel e da enorme promessa de 17 anos, Khaman Maluach e o estilo de jogo moderno complementado por Nuni Omot, Kacuol, Kuol ou Marial Shayok que irão lançar quando possível e defender com uma disciplina por vezes surpreendente para um país que existe desde 2011, muitas esperanças existem para o Sudão do Sul no futuro e apesar de já ser fenomenal toda a história e conseguirem estar nestes Jogos Olímpicos, são uma aposta bem possível para uma Cinderella Story considerando o estilo de jogo.

10 – Porto Rico

Será difícil para Porto Rico fazer sérios estragos no grupo em que se encontra, mas liderados José Alvarado e a sua energia, o Porto Rico pode surpreender uma equipa pouco preparada, o que não deve ser o caso no grupo em que se encontram. Tremont Water ou George Conditt também podem complementar mas muito está focado no base dos New Orleans Pelicans, José Alvarado. Uma história bonita, o regresso de Porto Rico aos Jogos Olímpicos 20 anos depois mas que deve ficar claramente pelos grupos.

11 – Japão

Apesar deste lugar no ranking, muito respeito deve ser dado ao Japão que está no lugar da China como o representante asiático no torneio. No entanto será muito difícil também para os japoneses causar alguma surpresa, apesar de todo o investimento que tem existido na sua liga.
O nome mais sonante é Rui Hachimura e será ele a tomar conta em situações apertadas mas Yuta Watanabe serve como o perfeito jogador complementar em que irá defender um dos melhores jogadores adversários e do lado do ataque, dar espaço ao campo e Yuki Kawamura e Yuki Togashi são dois bases eletrizantes que nunca conseguiriam ter lugar na NBA devido ao seu tamanho (1.72m e 1.67m). Apesar de terem um estilo de jogo vistoso e estarem numa trend ascendente, não será nestes jogos olímpicos que serão capazes de surpreender e causar estragos reais.

12 – Brasil

Por fim, o Brasil. E mesmo estando em último, estar neste torneio é um sinal de respeito e nenhuma destas equipas serão esmagadas. O mesmo aplica-se para o Brasil que está a passar por um período de transição, as chaves estão a passar pelo imortal Marcelinho Huertas, Meindl, Felício e Benite para Yago dos Santos, Gui Santos, Didi Louzada ou João Pereira enquanto tem ainda o suporte da estrela Bruno Caboclo ou De Paula. Mesmo assim, existem claros problemas nesta equipa brasileira. A falta de tamanho para além de Felício nos postes, a falta de explosão nos bases ou mesmo o lançamento duvidoso que apesar de ter aparecido nas qualificações, dificilmente se iria traduzir para algo consistente, torna muito difícil acreditar num milagre Brasileiro e surpreender nestes Jogos Olímpicos.

Tomás Carneiro

Bem, música, cinema, basquetebol e cozinha são a minha vida. Melómano em que registo todos os álbuns que ouço, registo todos os filmes que vejo. https://rateyourmusic.com/~tomasmei - perfil do rateyourmusic https://letterboxd.com/tomasmcarneiro/ - Perfil do Letterboxd Em relação a basquetebol, sou fã do Toronto Raptors na NBA (cresci a ver vídeos do Vince Carter e sim, Lowry é o GROAT) e na Euroleague sou fã do Partizan (Punter continua onde deve). Sou fã principalmente de jogadores novos e dos talentos a crescerem.

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