Os diversos casos para Most Improved Player

O prémio individual de “Most Improved Player” é bastante polémico. Não há critérios definidos, então cada um defende o seu escolhido com argumentos diversos. Esta época, voltam as dúvidas sobre o vencedor e o porquê.

O que está definido é, para o jogador ser elegível a vencer tem de jogar, no mínimo, 65 jogos. Os últimos três vencedores foram Tyrese Maxey, Lauri Markkanen e Ja Morant. Na altura em que Morant foi o escolhido, muitos defendiam que o rendimento produzido naquele ano já era esperado.

Ou seja, não era nenhuma surpresa que ele chegasse a esse nível, defendendo que o vencedor tinha de ser um jogador do qual não se esperaria chegar naquele patamar. Teríamos que ter em consideração jogadores que passassem de um jogador normal, para quase All-Star. Estas são as duas perspetivas acerca desta consagração, excluindo também muitas vezes quem está apenas no segundo ano de NBA.

Neste âmbito, falaremos sobre alguns dos apontados para serem coroados como o jogador que mais evoluiu. Dentro do lote temos nomes como Cade Cunningham, Norman Powell e Tyler Herro.

CADE CUNNINGHAM:

Depois de uma última temporada muito atribulada quando os Pistons acabaram em 15º lugar na sua conferência com 14-68, a primeira escolha do draft de 2021 é apontado como o favorito. Neste momento encontram-se com um recorde de 34-27 e em sexto lugar, entrando diretamente nos playoffs.

A equipa de Detroit reforçou-se para esta época com Tobias Harris, Tim Hardaway Jr, Malik Beasley, Ron Holland e Dennis Schroder, contratando também J.B. Bickerstaff como novo treinador. É bastante notória a melhoria coletiva da sua equipa, com novos e bons nomes rodeando-o.

Na sua quarta temporada e com apenas 23 anos, já era de esperar que alcançasse este nível, podendo chegar ainda muito mais longe. Obviamente que melhorou, mas também se isso não tivesse acontecido é que era surpreendente. Portanto, a temporada de Cunningham enquadra-se mesmo para ser coroado o “Most Improved Player”?

23/24: 22.7 PPG, 4.3 RPG, 7.5 APG, 0.9 SPG, 3.4 TPG, 44.9% FG, 35.5% 3PT, 86.9% FT

24/25: 25.2 PPG, 6.2 RPG, 9.4 APG, 1 SPG, 4.4 TPG, 45.7% FG, 36.4% 3PT, 85.3% FT

NORMAN POWELL:

Abordando outro caso completamente diferente, acho que não se esperava que Powell, na sua 13ª época na NBA, tivesse este desempenho. Os Clippers haviam acabado a temporada passada em quarto lugar, e de momento posicionam-se em sexto, mas noutro contexto.

Paul George saiu no verão e Kawhi Leonard tem estado muito ausente. Nestas condições, Powell chegou-se à frente juntamente com James Harden, Ivica Zubac e companhia. A concorrência no Oeste é muita e podem sequer nem chegar aos playoffs, mas a equipa de Los Angeles vem fazendo uma boa prestação.

Na temporada passada, nos 76 jogos que disputou, foi apenas três vezes titular. Nesta foi 46 vezes nos 46 jogos em que participou até agora. Outra nota é que, para se manter elegível, tem que jogar 19 dos últimos 22 jogos. Foi obrigado a assumir mais, lançando em maior volume, e aos 31 anos esteve muito perto de ser All-Star. Será este o verdadeiro caso de um vencedor do “Most Improved Player”?.

23/24: 13.9 PPG, 2.6 RPG, 1.1 APG, 0.6 SPG, 0.9 TPG, 48.6% FG, 43.5% 3PT, 83.1% FT

24/25: 23.8 PPG, 3.5 RPG, 2.2 APG, 1.3 SPG, 2 TPG, 49.4% FG, 42.4% 3PT, 82.1% FT

TYLER HERRO:

Passamos ao último destes três e a nova cara da franquia de Miami, Tyler Herro. O caso de Jimmy Butler já é amplamente conhecido, e isso fez com que o base de 25 anos tivesse que crescer. Os Heat têm sido sempre competitivos, mas noutras circunstâncias. Por agora, colocam-se no sétimo lugar com um recorde de 28-31.

O seu principal companheiro, Bam Adebayo, tem feito uma época um pouco aquém das expectativas. Jaime Jaquez Jr era esperado que desse outra produção da que tem oferecido. Resumindo, os colegas de Herro não o têm ajudado muito. O recorde também mostra isso, mas a evolução da 13ª escolha de 2021 é real.

Este pode ser o ponto de viragem na sua carreira, passando para All-Star regularmente e sempre a competir. Conseguiu assumir e mostrar que pode ser protagonista, vencendo em 2022 o prémio de sexto homem do ano e tornando-se All-Star esta época. A melhoria também é notória, conseguindo ser mais produtivo num papel mais exigente. Podemos falar de Herro doutra maneira como se falava antes, e se isso faz com que se torne o “Most Improved Player?”.

23/24: 20.8 PPG, 5.3 RPG, 4.5 APG, 0.7 SPG, 2.2 TPG, 44.1% FG, 39.6% 3PT, 85.6% FT

24/25: 24.1 PPG, 5.4 RPG, 5.7 APG, 0.8 SPG, 2.6 TPG, 45.7% FG, 36.9% 3PT, 86.4% FT

Estes são, na minha opinião, os melhores casos para esta coroação. Como menções honrosas, deixo Evan Mobley, Christian Braun e Dyson Daniels, todos com o seus próprios e válidos argumentos. Quais seriam os critérios mais corretos para esta premiação, e qual o melhor caso para a vencer?

Marco Torres

Adepto de basquetebol e dos Portland Trail Blazers.

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