O impacto da eliminação em Miami
A temporada 2024/2025 dos Miami Heat terminou esta madrugada com a derrota por 55 pontos contra os Cleveland Cavaliers em casa.

Na conferência de imprensa após a eliminação dos playoffs, Bam Adebayo falou do futuro da franquia: “Vão haver muitas mudanças este verão. Do meu ponto de vista, sabendo como o senhor com o cabelo grisalho (Pat Riley) trabalha. É estar preparado para isso.” A franquia da Flórida terminou a temporada regular em décimo lugar com um recorde de 37-45 e teve de vencer os Chicago Bulls e os Atlanta Hawks para chegarem aos playoffs. Nesta fase apanharam os Cavs e não tiveram hipótese.
Em Cleveland foi quando estiveram mais perto de vencer um jogo, perderam o primeiro por 21 pontos e o segundo por nove. Em Miami, o fator casa não impactou positivamente os Heat, sendo derrotados por 87-124 e 83-138. A primeira vez na história dos playoffs que uma equipa perdeu dois jogos seguidos por uma diferença superior a 30 pontos. Também foi a maior diferença de pontos numa série de quatro jogos na história dos playoffs, com 122 pontos de diferença no total. Para culminar, o último resultado foi a quarta maior margem de vitória num jogo de playoffs na história.
A franquia comandada por Erik Spoelstra e liderada por Pat Riley terá alguns assuntos por tratar no verão que se segue. Davion Mitchell, o destaque desta reta final de temporada dos Heat, vai ser agente livre restrito e podem surgir boas propostas. Alec Burks, Josh Christopher, Dru Smith e Isaiah Stevens serão agentes livres. Keshad Johnson terá opção por parte da equipa para continuar na próxima época.
Tyler Herro foi All-Star pela primeira vez este ano e conseguiu subir de nível. Bam teve uma temporada abaixo relativamente ao que a equipa precisava. Jaime Jaquez Jr decresceu muito, sequer fez parte da rotação nos playoffs. Andrew Wiggins juntou-se recentemente, tal como Kyle Anderson. Nikola Jovic sofreu uma lesão na mão direita que o afastou por dois meses e mal participou nos playoffs.

Terry Rozier III está a ser investigado por um caso de esquema de apostas e teve uma temporada inconstante, possuindo um contrato no valor de $26.6 milhões válido apenas para a próxima época. Duncan Robinson receberá cerca de $19.8 milhões. Kel’el Ware é um novato com boas projeções no futuro e capaz de agregar qualidades no imediato. Pelle Larsson é um jogador que pode ganhar alguma relevância, Kevin Love desempenha o papel de liderança e Haywood Highsmith cumpre com as suas funções.
Na minha opinião, não há grandes mudanças que possam impactar a equipa através de trocas. Manter Mitchell será uma das prioridades da direção e ainda têm a 20ª escolha do draft que se aproxima. Sendo assim, digo que a melhoria parte das peças que já possuem. Vimos Herro a um bom nível, falta Bam dar o próximo passo, e se isso acontecer já é uma vantagem. Wiggins terá mais tempo para se acostumar e desempenhar um papel importante e útil. Depois, se Mitchell permanecer acredito que é uma mais-valia.
Ware ainda é novo e tem um belo potencial, e isso só se adquire com o tempo. Jaquez Jr é uma incógnita, apareceu bem na sua primeira temporada mas nesta já deixou algumas dúvidas quanto à sua utilidade. Seria muito importante regressar à boa forma ou até superá-la. Larsson pode aparecer como uma boa surpresa e acredito ter capacidades para tal. Anderson, Highsmith, Love, Rozier III são peças úteis e que podem sempre acrescentar algo mais.
Concluindo, certamente haverá entradas e saídas e alguma troca pode surgir. No entanto, na minha opinião, só o desenvolvimento de alguns jogadores poderá ditar o sucesso coletivo. E têm peças para isso, chegar aos playoffs e conseguirem competir. De momento, não apresentam capacidades para tal e permanecendo neste rumo o futuro não parece risonho. Espero o próximo passo de Bam, com a melhoria de Ware, a consolidação de Jovic, a participação mais frequente de Larsson, a volta de Jaquez Jr, a competitividade de Mitchell e a consistência de Herro e Wiggins, fora outros jogadores e os que poderão chegar a Miami.