Mas afinal, quem é Victor Wembanyama?
“Tive a oportunidade de conhecer e falar com o melhor jogador do mundo e futura primeira escolha do draft”. Estas foram as palavras de Earvin Magic Johnson após conhecer o fenómeno Victor Wembanyama, num jogo da NBA em Paris. Mas afinal, quem é este “menino” de 19 anos, que promete mudar o rumo da equipa que tiver a sorte de o selecionar? Na véspera da lotaria do draft (e visto que hoje nem há NBA), vamos fazer um pequeno resumo do trajeto do jovem gaulês, que irá descobrir por onde passa o seu futuro já na noite de amanhã.
Victor nasceu a 4 de janeiro de 2004, no seio de uma família de atletas. O seu pai, de descendência congolesa, era um atleta de “track and field”, enquanto a mãe era jogadora de basquetebol, sendo atualmente treinadora. Os dois irmãos mais novos também praticam a modalidade, com o seu irmão Oscar a ser outro caso a ter em conta.
Antes de enveredar pelo basquetebol, “Wemby” foi guarda redes de futebol e também praticou judo, mas o seu caminho passava mesmo pela modalidade da bola laranja. Aos 7 anos começou a jogar pelo clube local, o Entente Le Chesnay Versailles, mas rapidamente chamou à atenção do Nanterre 92, quando o treinador da equipa reparou num jovem de 9 anos com 1,80 metros! Posto isto, fez toda a formação na equipa da comuna próxima a Paris, começando a criar “burburinho” pelas suas capacidades, chamando à atenção de Nicolas Batum, quando ainda tinha 14 anos e 2,10 metros. Em 2018, chegou a ser emprestado ao Barcelona para uma “mini Copa del Rey”, mas decidiu não continuar no clube catalão.
Jogando sempre nos escalões superiores à sua idade, em 2019 fez a sua estreia profissional, com 15 anos, tornando-se no segundo jogador mais novo a jogar na EuroCup. Foi na temporada de 2019-20 que se foi assumindo na equipa principal do Nanterre 92, tendo culminado no prémio de melhor jogador jovem da liga francesa, aos 16 anos. Em Junho de 2021, mudou-se para o ASVEL Basket, com o objetivo de jogar na Euroliga, mas apesar de ter continuado com bons números, viu a sua aventura com a equipa muito condicionada pelas lesões.
No ano passado juntou-se aos Metropolitans 92, onde está atualmente. Já à atenção da NBA, a equipa francesa defrontou a equipa “Ignite” da G-League, para promover o duelo com Scoot Henderson, que é apontado como segunda escolha. Para lá desse jogo, a NBA comprou os direitos para todos os jogos dos Metropolitans desta temporada, transmitindo gratuitamente na sua aplicação. O rendimento do jogador não tem desiludido, contando já com algumas performances fantásticas e, claro, highlights que colocam “água na boca” dos fãs. Terminou a temporada com 20.3 pontos, 10 ressaltos e 2.7 desarmes de lançamento por jogo, destacando-se a eficácia de 53% da linha de três pontos.
Estilo de jogo
Os 2,21 metros de Wembanyama, aliados à sua agilidade e rapidez, para a altura que tem, tornam-no naquele jogador que todos já quiseram recriar num videojogo. A sua envergadura é de 2,43 metros consegue aterrorizar qualquer atacante que tente passar pelo jogador. Os ressaltos, logicamente, são apenas mais uma das qualidades do ainda adolescente. No ataque, igualmente imparável. Lançamento muito consistente, tanto dentro como fora do perímetro, assim como uma dominância atípica junto ao aro.
O próprio diz que o seu grande ídolo durante a infância foi Kevin Durant, e em certos aspetos até podemos comparar o estilo de jogo de ambos, mas a diferença é mesmo a altura de Wembanyama, que parece ser insignificante face aos seus movimentos. Até Lebron já o chamou de “Alien”, visto que, de facto, nunca se viu nada assim.
E agora?
Passando para o sorteio de amanhã, cujo vencedor será com 99% de certeza a sua próxima equipa, Vic poderá ser a salvação de uma das equipas fundo da tabela, ou a sorte de alguma equipa que tenha falhado os playoffs, “por faltar mais qualquer coisa”.
Pistons, Spurs e Rockets partem na frente das “odds”, com 14% de vencer o draft, cada uma. Mas as chances não são tudo, até porque se seguem outras equipas com boas hipóteses. Mas de nada serve falar de qual seria o melhor ou o pior destino para o jogador, deixemos isso para quarta feira.
Para concluir, falámos daquele que é denominado um dos melhores “prospects” de que há memória, e certamente, o mais mediático proveniente do continente europeu. Às portas da NBA já se colocam as questões que poderá ser um dos melhores de sempre, ou um completo “bust” por culpa de lesões. Resta esperar para ver. Uma coisa é certa: Wembanyama é um caso raríssimo e pode mudar ainda mais a forma como a NBA olha para os jogadores europeus.