Estados Unidos x França: antevisão e aposta
Mais um confronto de titãs neste Mundial: amanhã, a partir do meio dia, Estados Unidos e França discutirão a vaga nas meias finais que lhes confere o confronto com a Argentina. A equipa de Gregg Popovich é considerada favorita, mas a França tem Fournier e De Colo completamente on fire nos últimos jogos. Quem seguirá para os últimos 4 resistentes?
Os Estados Unidos têm realizado uma campanha dentro das expetativas neste Campeonato. Venceram todos os jogos, com maior ou menor dificuldade (apenas contra a Turquia tremeram), provando já o seu valor contra uma seleção de topo, no caso a Grécia. A maior força deste conjunto é a profundidade do seu roster. É certo que não possuem uma estrela de primeiro nível (Kemba é o que mais se aproxima disso), mas a qualidade dos titulares face ao banco de suplentes é muito aproximada, o perfil dos atletas também, o que permite uma homogeneidade exibicional sem paralelo em mais nenhuma seleção em prova. Kemba Walker, com 14,6 pontos e 6 assistências, tem sido o líder desta jovem equipa, tendo vindo a demonstrar as suas reconhecidas qualidades: criação de lançamento para si ou para os colegas, atleticismo e dinamismo nas posses de bola. Donovan Mitchell tem sido igualmente uma agradável surpresa: pela primeira vez numa prova desta dimensão pela seleção, conta com 10,2 pontos por jogo, 4 ressaltos, 4,4 assistências e 1 steal. Também Jason Tatum – na mesma situação que Mitchell -, tem revelado uma enorme maturidade e conta com estatísticas notáveis: 11 pontos, 8 ressaltos, 3 assistências, 1 steal e 2 desarmes por jogo. A complementar todo este talento ofensivo tem vindo ao de cima a experiência de Harrison Barnes (apenas 26 anos mas já com experiência internacional), que conta com 11,4 pontos e 4,8 ressaltos por jogo. No mais recente encontro, os Estados Unidos derrotaram de forma convincente o Brasil por 89-73, evidenciando como maiores forças o atleticismo e a versatilidade de soluções no ataque e na defesa.
Por seu lado, a França vem de uma derrota dura frente à Austrália por 100-98, num jogo que ninguém merecia perder. A equipa de Vincent Collet realizou uma exibição magnífica, mas deitou tudo a perder com uma reposição de bola disparatada a segundos do fim do jogo. Porém, a única derrota francesa em prova não beliscou o potencial desta equipa. Desde logo, contam com um Evan Fournier em modo MVP, com 21 pontos de média e uma qualidade de nível NBA: clutch gene, jogadas individuais espetaculares e uma capacidade de desbloquear jogos muito difícil de contrariar. E falar emclutch gene é falar de Nando De Colo. O jogador do Fenerbaçe, que já passou pela NBA, tem formado uma dupla temível com Fournier a fechar as partidas com o seu sangue frio, leveza e domínio dos gestos técnicos do jogo. Tem saído do banco mas fecha sempre os encontros e conta com 17 pontos de média. Se no campo ofensivo há esta qualidade, no campo defensivo têm-se destacado Rudy Gobert e Nicolas Batum. O poste dos Jazz tem sido a presença intimidante no paint que o tornou 2 vezes defensor do ano na NBA, já o extremo tem feito de forma exemplar o trabalho sujo de defender as melhores armas ofensivas adversárias, não abdicando de contribuir ofensivamente quando a equipa necessita (8,3 pontos de média).
Quanto à partida, arriscamos uma previsão ousada: França vence. Os franceses têm uma percentagem de concretização assombrosa tendo em conta que já defrontaram conjuntos como Austrália, Lituânia ou Alemanha, têm Gobert como arma perfeitamente capaz de secar o jogo interior americano, assim como Ntilikina e Batum para limitar a produção de Walker e Mitchell, os ball handlers americanos. Além disso, o cinco francês que fecha as partidas parece ligeiramente superior ao norte-americano. Todavia, apostar contra os Estados Unidos é sempre um risco e uma ousadia: a profundidade do elenco (largamente superior à francesa), velocidade para aproveitar os contra ataques e o génio de Popovich no banco serão sempre fatores a ter em conta. Que comece o show.
Sugestão de aposta: França marca mais de 77 pontos – 1.61 ESC Online