Dwight Howard nos Lakers: viável ou desespero?
Com a lesão grave de DeMarcus Cousins, os Los Angeles Lakers voltaram ao mercado por um poste. Naturalmente, nesta fase, as opções credíveis escasseiam.
Aliás, opções com um nível semelhante ao de Cousins não são viáveis. Assim chegamos aos últimos dias, em que os rumores da ida de Dwight Howard para os Lakers se têm intensificado. Inclusivamente, de acordo com Shams Charania do The Athletic, os Memphis Grizzlies autorizaram a equipa de LA a negociar com Howard.
Na minha humilde opinião – que, ressalve-se, não reflete necessariamente a de toda a equipa de redação -, é movimento, a confirmar-se, absolutamente desnecessário e até caricato.
Desnecessário porque Anthony Davis é o melhor big man da liga e, para o banco, já há JaVale McGee. Sempre me pareceu a ideia de juntar Cousins, Davis e ainda LeBron (que faz amiúde uso das suas poderosas infiltrações) no cinco titular algo questionável, dada a grande possibilidade de afunilar em demasia o jogo da equipa. É certo que LeBron e companhia confiavam na reedição das twin towers de New Orleans, mas a tendência da NBA para o progressivo espaçamento da quadra é inevitável, pelo que um novo sucesso do duo não era, de todo, uma certeza.
Caricato devido ao historial recente de Dwight Howard, bem como à forma atribulada como saiu da equipa em 2013 – recorde-se que o poste assinou com os Houston Rockets depois dos Lakers terem garantido a continuidade de Kobe Bryant para a temporada 2013-14. Atualmente, Howard tem 33 anos e está a léguas do nível que apresentou nos Orlando Magic e, a espaços, em Houston. Está longe de ser a âncora defensiva de outrora e o jogador atleticamente impressionante que lhe permitia dominar ofensivamente o garrafão. Em forma, talvez seja capaz de acrescentar números interessantes a nível de ressaltos e pontos. Porém, Howard realizou apenas 9 jogos na última temporada ao serviço dos Washington Wizards, acumulando problemas nas costas, coluna e coxas. Se a este fator juntarmos o facto do jogador não ser propriamente conhecido por proporcionar bons ambientes no balneáreo (são conhecidos os problemas com Kobe, Harden e John Wall), temos razões suficientes para não compreender a razão dos Lakers considerarem um jogador com este perfil, idade, forma física e mental. E, tendo em conta a presença de Davis, McGee e mesmo Kuzma, não se compreende o desespero na busca de mais soluções interiores.