Dillon Brooks, o vilão que virou herói
Bode expiatório em abril, herói em setembro. Dillon Brooks tornou-se o vilão da NBA, papel que atribuiu a si mesmo ao multiplicar palavras provocativas na imprensa e, às vezes, gestos complicados em campo. Mas foi apanhado pelas suas ações. Ultrapassado e dominado por LeBron James e pelos Los Angeles Lakers na primeira ronda dos playoffs, foi dispensado um pouco rápido demais pela sua própria organização, os Memphis Grizzlies, que decidiram não o manter.
Enquanto isso, o extremo assinou por 80 milhões em 4 anos com os Houston Rockets. A maior parte do contrato não é garantido e agora tem de provar o seu valor. O Mundial com a sua seleção nacional foi oportuno. Brooks é um dos homens fortes da equipa do Canadá, brilhantemente qualificado para os quartos de final do torneio (e, portanto, para os Jogos Olímpicos de 2024!) e candidato a uma medalha.
Os jogadores treinados por Jordi Fernandez venceram a Espanha (88-85) após uma partida extraordinária. Os canadianos correram muito atrás do marcador antes de recuperarem nos minutos finais do jogo, graças principalmente a Shai Gilgeous-Alexander (30 pontos). Mas Dillon Brooks também foi uma das locomotivas da sua equipa no encontro. E de forma ainda mais geral em toda a competição até agora.
“Ele é um líder. Ele faz as escolhas certas em campo. Ele joga com muita energia e foi recompensado com a sua pontaria”, disse Gilgeous-Alexander.
Marcou 22 pontos em 8 de 12 lançamentos, incluindo um impecável 3 de 3 atrás do arco. Devemos somar 5 ressaltos, 2 assistências, 1 roubo, 1 desarme, diferencial de +13 num jogo muito difícil. Resumindo, um jogo de referência para o jogador de 27 anos, que acumula mais de 10 pontos, 2 ressaltos e 2 assistências em 59% nos lançamentos e 53% nos três pontos desde o início do Mundial.
“Não estou surpreendido. Ele faz isto há anos. Fazer uma partida destas naquele momento é enorme”, disse RJ Barrett.
Brooks considerou-o como “melhor jogo da sua carreira” devido às circunstâncias. Admite que esta passagem pela seleção do Canadá o colocou de volta num estado mental melhor. Aproveita para mandar uma pequena mensagem para a sua antiga equipa.
“É uma sensação boa recuperar com o Canadá depois de uma temporada difícil no meu antigo clube. Estar com pessoas que acreditam em mim e confiam em mim”.
Decisivo no ataque, decisivo na defesa, Dillon Brooks recorda que é um excelente jogador. Se conseguir manter a agressividade e o espírito deste verão sem cair nos seus erros e palavras, poderá ter uma longa carreira e ajudar muitas equipas a vencer. Tanto na NBA quanto internacionalmente.
