Crónica de uma morte anunciada.
Após duas derrotas frente aos modestos Charlotte Hornets, os Dallas Mavericks caíram para o 11º lugar da conferência Oeste, lugar que deixa a equipa fora do “play-in”, a sete jogos do fim. Desde a troca de Kyrie, os texanos têm 7 vitórias e 13 derrotas.
Apesar da equipa ter sido prejudicada devido a algumas lesões nos últimos tempos, a derrota de ontem frente aos Hornets, num jogo em que tinham todos os jogadores disponíveis, veio provar que o ambiente em Dallas não é o melhor. Mais que isso, vai-se provando cada vez mais que a troca por Kyrie foi um autêntico “tiro nos pés”.
Não é que o problema esteja essencialmente em Irving, mas o franchise de Mark Cuban podia (e devia) ter investido em jogadores de custo mais baixo, que pudessem aumentar a profundidade do plantel. O próprio treinador, Jason Kidd, disse após a derrota de ontem que o objetivo da organização é conseguir o máximo de ajuda para Doncic. Mas não se pode dizer que a opção de investir em Kyrie tenha sido um tiro certeiro. Até porque para lá dos maus resultados, existe o risco do jogador sair na free agency, especialmente se a época terminar em fracasso.
A inconsistência de Christian Wood e Tim Hardaway são outra das razões pelas quais a equipa não vive os melhores dias. Daí ser necessário um investimento noutros “role players” que possam garantir melhores exibições de noite para noite.Caso Kyrie abandone mesmo o barco, seria uma oportunidade perfeita para a equipa procurar bons reforços na free agency, até porque são mais 7 os jogadores que terminam contrato este verão.
A sete jogos do fim, os Mavericks não vão enfrentar nenhum adversário direto na corrida para os playoffs, mas jogarão os próximos quatro jogos fora, contra Pacers, 76ers, Heat e Hawks, terminando a temporada com recções a Kings, Bulls e Spurs. Não se pode dizer que a caminhada da equipa é fácil, tal como não se pode assumir que estejam fora dos playoffs.
No final de contas, poderá chegar o dia em que o própria Luka Doncic decida optar por projetos mais ambiciosos, até porque interessados não faltam. Na temporada passada, o esloveno provou que consegue fazer omeletes com poucos ovos, tendo alcançado as finais de conferência com um plantel teoricamente mais fraco do que o atual. Mas para sonhar com títulos, é realmente necessária uma gestão diferente, ou podemos ver um dos maiores talentos desta geração ter um caso semelhante ao de Damian Lillard.