Análise NBAPORTUGAL: Bronny James, será que “prestas” alguma coisa?

LeBron James Jr., conhecido como Bronny James, filho da estrela da NBA LeBron James, já completou os seus primeiros quatro jogos como jogador dos Los Angeles Lakers na Summer League.

Não é … e nunca será como o pai

Pode tirar a ideia da cabeça que o miúdo tem potencial como o pai tinha. Para chegar perto ao que LeBron James conquistou, é preciso ser uma “freak” da natureza, com um talento excecional e uma capacidade mental fora do comum, e, até ao momento, Bronny James não possuí dois dos três critérios.

O jovem base sabe que tem meio mundo à espera que ele falhe para lhe caírem em cima e fazer pouco da sua carreira e de como só foi jogador da NBA, porque o seu pai é a maior “cunha” de todas as cunhas.

Talvez essa pressão mostre que Bronny tem a cabeça no sítio e uma vontade monstruosa em calar quem ousou falar que chegou a este palco só porque o seu pai é LeBron James.

Análise aos jogos

Bronny já disputou quatro jogos com a dourada e roxa, e nesses encontros, esteve perto do que se esperava de uma das últimas escolhas do Draft. Começou a jogar no California Classic, frente aos Sacramento Kings, num jogo onde em 22 minutos apontou 4 pontos, 2 ressaltos e 2 assistências, juntamente com 1 roubo de bola. Nesta disputa, onde os Lakers sairam derrotados, o base mostrou bons instintos defensivos, mas 0 capacidade em como gerir o ataque.

Alguns dias depois, ainda no California Classic, os Lakers defrontaram os Miami Heat, onde Bronny tevfe o seu jogo mais conseguido, com apenas 5 pontos, 5 ressaltos e 3 assistências, mas o que fez este ser tão bem conseguido, foram os 2 dois roubos de bola e 3 desarmes de lançamento, voltando a mostrar que o seu potencial está no lado defensivo.

Já na Summer League, Bronny realizou dois jogos, frente aos Houston Rockets e aos Boston Celtics de Neemias Queta. Nos dois encontros, o base apontou 10 pontos, 8 ressaltos, 1 assistência e 2 roubos de bola.

Não foram exibições de fazer os nossos olhos saltitar, no entanto, dá para ver que é um jogador muito cru mas com bom potencial.

Um erro que os média e seguidores da modalidade estão a cometer é dar especial valor a estas exibições. É verdade que já é um nível onde se encontram vários jogadores com experiência NBA, mas é uma amostra muito pequena.

Jrue Holiday, um excelente exemplo de como não se deve dar confianças aos primeiros jogos da Summer League. O atual base dos Boston Celtics foi escolhido pelos Philadelphia 76ers no Draft de 2009 e, logicamente, participou na Summer League desse mesmo ano.

No seu primeiro jogo, frente aos New Jersey Nets, Holiday esteve muito mal, acertando apenas 3 lançamentos em 11 tentados, marcando 9 pontos e dando apenas 2 assistências. Num artigo publicado pela ‘Bleacher Report’, mais precisamente por Derek Peiffer, a sua narrativa após o primeiro jogo do já 2x campeão da NBA era: “Holiday parecia instável e mais do que enferrujado em alguns momentos. Ele definitivamente não parecia digno da 17ª escolha no Draft da NBA.”.

“Se tu não consegues jogar contra talentos de nível inferior na Summer League, tu não irás fazê-lo contra estrelas como as de Cleveland, Boston ou Los Angeles. (Nem mesmo contra os Clippers. Ha.)” Como podemos observar, não devíamos ter ouvido as palavras de Peiffer lá em 2009, porque com apenas 1 jogo, formulou uma opinião só para “ser diferente”, mas para seu azar, envelheceu como o leite, porque Jrue Holiday já foi 2x campeão da NBA, participou em jogos All-Star e ingressou em múltiplas equipas defensivas da NBA.

Até onde pode chegar?

Depende a quem se faz esta pergunta. Os mais optimistas acreditam que o teto do base é de um molde à Jrue Holiday, um defensor topo de gama com bons instintos como facilitador, no entanto, com um repertório ofensivo mais fraco. Os mais pessimistas criaram a narrativa que James estará fora da NBA no dia em que LeBron “pendurar as botas”.

No meu caso, após uma análise detalhada dos quatro primeiros jogos do ex-USC, Bronny James tem potencial para ser um jogador que vagueia pela NBA durante uma década, tipo Patrick Beverley. Este tipo de jogadores são necessários na liga, são indivíduos que entram para qualquer disputa com vontade de calar quem ousa criticar a sua forma de jogar, no entanto, não têm o talento suficiente para chegar às prateleiras mais altas da fama da NBA.

Bronny mostrou que consegue contribuir positivamente no lado defensivo, mostrando mãos rápidas e uma boa velocidade lateral. Sendo filho de um dos atletas mais impressionantes da história humana, Bronny James foi abençoado geneticamente, sem questão alguma.

É rápido e forte fisicamente, por isso, consegue aguentar com pelo menos 70% dos bases da NBA no 1-para-1. Por USC, mostrou uma boa capacidade de leitura de jogo, algo que não fez a melhor transição para a Summer League, mas o seu trabalho como defensor fora da bola é de qualidade NBA, mostrando que tem margem para ser um dos melhores a começar uma transição ofensiva, pois roubar a bola já é meio caminho andado.

É jogador de NBA?

Não existe maneira meiga de dizer isto, mas não. Bronny James não está preparado para ser um profissional a jogar basquetebol no mais alto nível, o que é uma pena, pois a pressão e expectativa que os média e adeptos estão a colocar no jovem é, sem exageros, ridícula.

Já todos entendemos que James está na NBA porque o seu pai fez para isso. Não vale a pena reafirmar esse tal facto após todos os jogos menos conseguidos do “miúdo”. Nunca vimos uma 55ª escolha do Draft com tanta pressão mediática.

Deve ser complicado levar com o trash talk sobre como só arranjou uma vaga por causa do “paizinho”, mas os média e adeptos estão a colocar ainda mais lenha na fogueira, tudo com o objetivo de sacar uns “likes” ou meramente para se passarem como “críticos do jogo”.

Pergunto ao leitor se tem visto os jogos de Reed Sheppard, o novo base dos Houston Rockets, um novato que está com médias de 20 pontos, 5 assistências, 5 ressaltos e 3 roubos de bola por jogo… se calhar não chegou ao ouvido de muitos, pois dá mais jeito criticar e rebaixar a 55ª escolha do Draft do que enaltecer a qualidade da 3ª escolha.

Eu próprio fiquei “amuado” com a escolha de Bronny, pois claramente está a ser escolhido por “cunhas”, no entanto, com todo este circo e procura por atenção, o “tal filho do LeBron James” ganhou mais um fã, pois admiro a sua persistência e coragem, pois não é fácil viver com o nome do pai às costas, quanto mais tentar ter sucesso no mundo onde ele mesmo é conhecido por “King James”.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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