A derradeira luta pelos playoffs no Oeste

Oito vitórias separam o sexto do 13º colocado na Conferência Oeste. A faltarem 22, 23, 24 e 25 jogos para certas equipas envolvidas neste lote, a classificação para os playoffs pode ser crucial.

Los Angeles Clippers (32-26), Golden State Warriors (32-27), Minnesota Timberwolves (32-28), Dallas Mavericks (32-28), Sacramento Kings (30-28), Phoenix Suns (27-32), Portland Trail Blazers (26-33) e os San Antonio Spurs (24-33), respetivamente, são as franquias que têm aspirações para a pós-temporada.

Los Angeles Clippers:

A equipa de Los Angeles perdeu Paul George no verão e abdicou de Terance Mann e Bones Hyland por Bogdan Bogdanovic, além de Kevin Porter Jr por Marjon Beauchamp. Levaram Derrick Jones Jr, Kris Dunn e Nicolas Batum para a Califórnia na “offseason”. Drew Eubanks e Ben Simmons juntaram-se na “trade deadline”.

Com Kawhi Leonard ausente (17 jogos), James Harden (21.8 PPG, 8.5 APG) e Norman Powell (24.2 PPG, 42.8% 3PT) vão assumindo o protagonismo. Ivica Zubac (15.3 PPG, 12.5 RPG) completa esta dupla com bastante importância. Jones Jr integrou-se bem, Amir Coffey tem contribuído consideravelmente, Dunn e Batum completam a rotação. Bogdanovic, Simmons e Eubanks são as mais recentes e fiáveis adições.

Diria que à partida para esta temporada, poucos apontavam os Clippers como sérios candidatos a entrar nos playoffs diretamente. Powell, candidato a “Most Improved Player”, revelou uma grande preponderância e é um dos principais responsáveis por esta boa prestação. Pelo menos o play-in é bastante possível e uma presença nos playoffs já era de aproveitar. Esta equipa pode estar a dar os últimos suspiros, portanto há que desfrutar.

Golden State Warriors:

Após terem perdido Klay Thompson e Chris Paul, De’Anthony Melton, Buddy Hield e Kyle Anderson chegaram para colmatar estas ausências. Conseguiram adquirir Dennis Schroder no decorrer da época, que posteriormente foi envolvido na troca que levou Jimmy Butler para San Francisco, seguindo Andrew Wiggins para Miami.

Começaram em forma (12-3), com um excelente começo de Hield (16.2 PPG, 44.2% 3PT, nesta sequência). Jonathan Kuminga falhou 27 jogos até agora devido a lesão, Moses Moody e Brandin Podziemski ainda não compareceram ao nível que era necessário. Trayce Jackson-Davis vai fazendo o seu papel e Stephen Curry (24 PPG, 39.6% 3PT) mantém o alto nível, contando sempre com o remanescente Draymond Green (8.8 PPG, 5.6 APG).

As intenções desta franquia parecem bem claras, extrair o máximo de sumo possível dos últimos anos de Curry, daí o esforço por Butler. A adjunção de experiência com juventude pode ser a fórmula para o sucesso a curto prazo e para um futuro sem Curry também mais seguro. A presença no play-in parece certa, mas uma eliminação nessa fase seria uma grande desilusão.

Minnesota Timberwolves:

Por Minnesota foram feitas muitas mexidas, para além de Kyle Anderson e Monte Morris terem saído, enviaram Karl-Anthony Towns para Nova Iorque. Desse pacote, Julius Randle e Donte DiVincenzo seguiram caminhos inversos, chegando aos finalistas batidos de conferência. Rob Dillingham (via draft) viera como um projeto de médio/longo prazo. Jaylen Clark e Terrence Shannon Jr têm aproveitado as oportunidades que foram surgindo pelas lesões.

Anthony Edwards (27.3 PPG, 40.5% 3PT) conviveu com alguma exigência no começo da temporada, mas tem melhorado. Naz Reid (14.7 PPG, 39.4% 3PT), Jaden McDaniels (12 PPG, 1.4 SPG) e Nickeil Alexander-Walker (9.4 PPG, 40.1% 3PT) completam o núcleo da temporada passada com qualidade. Rudy Gobert (10.4 RPG, 1.5 BPG) e Mike Conley (8.2 PPG, 4.5 APG) são os mais experientes da equipa, desempenhando o seu papel.

A pós-temporada bem sucedida no ano passado pode ter criado expectativas superiores à real capacidade do plantel, mas isso é algo que vai ter de ser confirmado com o decorrer da competição. A presença nos playoffs é mais do que obrigatória, a sua ausência seria obviamente desapontante. É uma franquia com boas projeções para o futuro, mas o presente tem bastante importância.

Dallas Mavericks:

Os finalistas derrotados da temporada passada, só por esta descrição, a exigência tem de ser alta. Já todos sabemos o que aconteceu quanto a Luka Dončić, mas agora só vale a pena olhar para o que está na casa. Spencer Dinwiddie (10.1 PPG, 3.7 APG), Naji Marshall (11 PPG, 49.4% FG) e Klay Thompson (14 PPG, 40.1% 3PT) foram as contratações de verão. Anthony Davis, Max Christie e Caleb Martin chegaram por via de trocas. Josh Green, Derrick Jones Jr e Tim Hardaway Jr abandonaram o barco.

As lesões de Daniel Gafford (12.3 PPG, 1.9 BPG), Dereck Lively II (7.8 RPG, 1.7 BPG) e agora Davis, só vêm atrapalhar. Têm convivido com muitas ausências, mas vão conseguindo manter exibições positivas. PJ Washington Jr (14.2 PPG, 8.2 RPG) também merece a sua nota de rodapé, mantendo-se disponível e produtivo. Irving (24.9 PPG, 4.7 APG, 40.6% 3PT) tem feito uma excelente temporada, carregando a equipa.

Estando todos disponíveis, sem dúvida que são uma equipa temível e respeitável. Com muitas opções e qualidade à volta, a dupla Irving e Davis tem tudo para causar estragos, não descartando o recém-chegado Christie. Que regressão seria passarem das finais para falharem os playoffs de uma época para a outra.

Sacramento Kings:

Mais uma equipa que sofreu com grandes alterações na sua base de jogo. Harrison Barnes escolheu outro destino no verão e De’Aaron Fox, a estrela da companhia, seguiu os passos do mesmo a meio da temporada e foi trocado para San Antonio. Kevin Huerter deslocou-se para Chicago, mas Zach LaVine mudou-se para a capital da Califórnia. Ainda juntaram o compatriota de Domantas Sabonis, Jonas Valanciunas, e foram buscar Markelle Fultz, que estava sem contrato.

Para além da principal figura da franquia ter saído, o treinador do ano em 2023, Mike Brown, foi demitido. Doug Christie foi o escolhido para o papel e começou o trabalho com um recorde de 10-2, revivendo a temporada. Sabonis (19.9 PPG, 14.4 RPG) foi o maior “snub” do All-Star e é a estrela da equipa, DeMar DeRozan (22 PPG, 49% FG) sem dúvida que acrescenta qualidade e experiência.

Malik Monk (17.8 PPG, 5.9 APG) tem ganho cada vez mais relevância, juntamente com Keon Ellis (1.4 SPG), especialista na parte defensiva. Keegan Murray (12.2 PPG, 33.2% 3PT) ainda não deu o próximo passo, Devin Carter vai entrando a espaços e podem contar com o recém-chegado dos Memphis Grizzlies, Jake LaRavia. A exigência não é tão grande como com outros concorrentes, podendo-se dizer que os Kings se situam na mediocridade.

Phoenix Suns:

Os Suns vivem uma época bastante turbulenta, Drew Eubanks e Eric Gordon saíram no verão e Jusuf Nurkic e Josh Okogie foram envolvidos em trocas. Destes negócios, Nick Richards, Cody Martin e Vasilije Micic seguiram para Phoenix, para além de terem ido buscar Tyus Jones, Mason Plumlee, Monte Morris, Ryan Dunn (via draft) e Oso Ighodaro (via draft) na “offseason”.

Mike Budenholzer foi contratado para esta temporada, que começou com nove vitórias nos primeiros 11 jogos. Parecia que tudo se iria endireitar, mas não foi o que aconteceu. Caíram de produção e iniciaram-se os rumores de troca, Bradley Beal (18 PPG, 40.7% 3PT) era o principal alvo, acabando por não se concretizar nenhum negócio. Tentaram trocar Kevin Durant (26.9 PPG, 52.9% FG), ao que aparenta estar com os dias contados em Phoenix, aumentando o reboliço dentro do vestiário.

Devin Booker (26.4 PPG, 6.8 APG) mantém-se a estrela da casa, sempre a praticar bom basquetebol e sem polémicas à sua volta. Grayson Allen, Royce O’Neale e Bol Bol são os outros jogadores que completam o plantel com boa minutagem. O futuro não parece muito risonho à franquia do Arizona, Durant está rodeado de rumores de saída e Beal não apresenta a regularidade que é necessária para o sucesso. A não presença nos playoffs desmontaria completamente este conjunto, se participarem na pós-temporada, têm muito poder de fogo.

Portland Trail Blazers:

Chegamos agora às equipas sem grandes aspirações iniciais aos playoffs. A equipa de Oregon trocou Malcolm Brogdon por Deni Avdija e conseguiram adquirir Donovan Clingan no draft. Muito se falava de possíveis negócios envolvendo Jerami Grant e Robert Williams III, mas permaneceram em Portland mesmo após a “trade deadline”. A nível basquetebolístico, a época não começou de feição. No entanto, após a viragem do ano, chegaram a vencer quatro e seis jogos seguidos.

Atualmente encontram-se numa sequência de três vitórias consecutivas, aproximando-se dos lugares de play-in. Anfernee Simons (18.7 PPG, 5 APG) e Avdija (14.6 PPG) podem ser considerados os líderes do ataque. Toumani Camara (10.4 PPG, 1.5 SPG) tem feito exibições defensivas de alto nível, sem dúvida um dos melhores da liga nesse aspeto. Shaedon Sharpe (17.3 PPG) e Scoot Henderson (12.6 PPG, 5.2 APG) vão mostrando melhorias promissoras, mas ainda a espaços. Clingan (6.9 RPG, 1.6 BPG) tem dado bons sinais.

Deandre Ayton (14.4 PPG, 10.2 RPG) tem feito bons jogos, existindo algumas dúvidas das suas valências neste conjunto. Grant (14.4 PPG) e Williams III (5.9 RPG, 1.7 BPG) mais experientes, o primeiro um pouco irregular no ataque, o segundo, sempre que disponível, mostra-se produtivo. Estas não eram as pretensões dos Trail Blazers no princípio devido à excelente concorrência. Apresentam um conjunto de bons jogadores e se chegarem só ao play-in, já seria uma boa surpresa.

San Antonio Spurs:

Os Spurs parecem cada vez mais longíquos destas posições, a ausência de Victor Wembanyama é um dos motivos para tal. Harrison Barnes e Chris Paul juntaram-se no verão, trazendo experiência a esta jovem equipa. De’Aaron Fox chegou via troca, abdicando apenas de Tre Jones, Zach Collins, Sidy Cissoko e algumas picks. Estiveram sempre equivalentes com o número de vitórias e derrotas, mas nos últimos jogos foram desabando.

Stephon Castle (12.6 PPG), foi a escolha alta no draft e tem feito uma boa temporada. Devin Vassell (15.3 PPG), Keldon Johnson (12.2 PPG, 47.7% FG) e Jeremy Sochan (11.3 PPG, 7 RPG) completam o núcleo contribuitivo e jovem com Wembanyama (24.3 PPG, 11 RPG, 3.8 BPG). Paul (9 PPG, 8 APG) e Barnes (11.5 PPG, 41.4% 3PT) têm executado muito bem os seus papéis.

Em circunstâncias normais, tinham tudo para chegar ao play-in, mas agora essas probabilidades diminuem. A ausência na pós-temporada não é nada de grave, contam com uma boa equipa para o futuro e esperemos que Wemby regresse ainda melhor.

Esta batalha vai obviamente permanecer até ao fim da temporada. Para algumas equipas seria uma desilusão e prejudicial a ausência na pós-temporada, para outras, não mudaria assim tanto o rumo dos acontecimentos. Aguardemos para os derradeiros jogos, acima de tudo sabemos que basquetebol e competição de alta qualidade haverá, e é disso que nós gostamos.

Marco Torres

Adepto de basquetebol e dos Portland Trail Blazers.

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