Previsões dos prémios individuais da NBA 24/25

Após o Draft e Free Agency, a maior parte das equipas da NBA já estão fechadas para a próxima temporada, e, como já é costume por todos os adeptos, chegou a época de “mandar tiros no escuro” e tentar acertar os prémios individuais.

Critério

O critério é, meramente, de opinião pessoal. Vai se ter em conta certas e determinadas situações como a eventual “voter fatigue” ou lesões. À frente de cada escolha, irá ser colocada uma percentagem de confiança no jogador escolhido para o prémio.

Não irei dar uma opinião sobre o prémio de Clutch Player of The Year, pois é verdadeiramente um “tiro no escuro” e não existe forma alguma de prever o vencedor, nem sobre o prémio de Coach of The Year.

MVP – Victor Wembanyama (75%)

Vamos começar com a escolha mais controversa desta lista. Victor Wembanyama é muito bom a jogar basquetebol, mas fora isso, ele tem 2,25m para o ajudar a ser um bicho da natureza. No ano passado, com maior precisão, nos últimos 29 jogos, o francês teve médias de 22.7 pontos, 11.4 ressaltos, 5.0 assistências, 1.4 roubos de bola e 4.2 desarmes por jogo.

Onde o jogo é cada vez mais “mesquinhas” com as faltas e com o limite de 3 segundos no garrafão, o leitor tem noção do quão absurdo é abafar tanta bola na NBA moderna? Rudy Gobert, um dos defensores mais temidos da história da NBA e, sem dúvidas, o melhor protetor do aro dos últimos 10 anos, no seu melhor ano de carreira, teve uma média de 2,7 desarmes por jogo (2020/21).

O potencial deste gigante não tem teto. Nas mãos de um treinador que treinou dois dos melhores “bigs” da história em Tim Duncan e David Robinson, Wemby, com a sua já conhecida mentalidade “assassina”, tem tudo para ser o melhor de sempre. “Deixem-no ganhar agora, porque a vez dele acabou.” Foi assim que Wembanyama reagiu à atribuição do DPOY a Rudy Gobert. A sua vontade em dominar é conhecida e é ele mesmo que a passa para nós.

Uma equipa mais experiente, com as adições de Chris Paul e Harrison Barnes, os Spurs vão ser a supressa desta temporada na NBA, e, com o jogo de Victor a melhorar cada vez mais, vejo este prémio a cair nas mãos do francês que vem com fome de conquistas, após perder o jogo pelo ouro frente aos E.U.A. nos Jogos Olímpicos.

Não existe 100% de confiança pois existem vários jogadores que podem ter uma época estrondosa ou quebrar algum recorde. Um forte exemplo seria Jokic completar a época com uma média de triplo-duplo, algo nunca antes feito na história da sua posição. Caso isso não aconteça, o sérvio não irá ter caso para MVP nos meus olhos, pois como referido anteriormente, a “voter fatigue” apanha a todos e Jokic não será diferente.

Caso Wembanyama vença este prémio nesta temporada, Derrick Rose deixaria de ser o MVP mais novo da história e daria o lugar ao “alien” de San Antonio.

ROTY – Zach Edey (99%)

Da escolha mais controversa à mais óbvia. Zach Edey vai ser facilmente o melhor novato da sua classe, pelo menos, neste ano de “rookie”. Edey vem com estaleca, venceu o prémio de Naismith Player of the Year duas vezes consecutivas e liderou a Universidade de Purdue à Final Four do NCAA March Madness. O poste canadiano vai entrar numa franquia que, neste momento, o favorece muito.

O poste titular dos Memphis Grizzlies, quando saudável, é Steven Adams, um jogador relativamente parecido a Edey, no entanto, o novato é mais alto e uma ameaça mais perigosa no ataque do que o “Aquaman”.

Esta classe não me parece que vá chocar os adeptos no primeiro ano, com jogadores como Zaccharie Risacher, Alex Sarr e Donovan Clingan a não mostrarem ser jogadores muito preparados para o que é a NBA.

Para juntar à experiência do poste, a equipa que o escolheu é uma das mais competitivas da NBA, que, com o regresso de Ja Morant, irá estar na luta pelos primeiros lugares do Oeste, o que pode ajudar em grande sua campanha para a conquista do prémio.

DPOY – Victor Wembanyama (95%)

Para o escritor, não existem dúvidas sobre quem é o melhor defensor do mundo, e esse é Victor Wembanyama. O seu tamanho imenso, juntamente com a sua disciplina e inteligência, Wemby é um filme de terror para quem ousa entrar no garrafão protegido pelo francês. No seu ano de “rookie”, a primeira escolha teve em média 4.8 STOCKS (desarmes + roubos) por jogo.

Não consigo colocar 100% por uma simples razão, e essa é “Como será a defesa de San Antonio?” A defesa coletiva costuma fazer parte do critério na escolha do melhor jogador defensivo do ano, embora não seja o principal. Por exemplo, no ano passado, Gobert levou a melhor sobre Wemby por fazer parte da melhor equipa defensiva da NBA, muito por seu mérito, como é óbvio.

Mas com Popovich a jogar o francês a poste, com Jeremy Sochan a 4, o sangue novo de Stephon Castle e a veterania de Chris Paul, os Spurs tem uma equipa que pode ficar no top 5 na métrica ‘Defensive Rating’, que é crucial para determinar as melhores defesas da NBA.

6MOTY – Andrew Nembhard (30%)

Temos mais um canadense nesta previsão. Nembhard não está, nem de perto, classificado como um dos favoritos a levar este prémio para casa, no entanto, acredito que não faz muito sentido.

É verdade que Boston varreu com os Pacers na final de conferência do ano passado, mas para quem assistiu os jogos, deu a impressão que foram a equipa que deu mais trabalho aos eventuais campeões. Nessa série, Haliburton, estrela da equipa e 2x All-Star, não jogou e foi Nembhard que assumiu as responsabilidades como o principal portador da bola laranja.

Nessa série, o base teve médias de 21 pontos e 7.8 assistências por jogo. Mostrou personalidade e muita confiança e calma com a bola nas mãos, algo que é, cada vez mais, uma arte perdida em muitos dos bases modernos.

A sua capacidade de jogar tanto a 1 ou a 2 é valiosa, porque é um exímio jogador quando lhe é pedido para tomar conta do ataque, ou quando é para se mover sem a bola e acertar uns triplos.

Nembhard é um jogador que tem um primeiro passo explosivo, o que facilita os seus ataques ao cesto, ou então, para libertar espaço no mid-range, onde é muito eficaz.

Não é uma escolha onde eu apostaria, pois todos os anos o prémio muda de mãos e, por vezes, para jogadores que não esperávamos ter o devido impacto, ou então, que não se antecipava a sua vinda do banco.

Pessoalmente, acredito que este prémio é mal avaliado, pois ele nunca foi sobre quem é melhor sexto homem da liga, mas sim o sexto homem que marca mais pontos, o que é um bocado contraditório, pois o MVP não recebe esse tipo de tratamento. Caso este prémio fosse sobre o sexto homem mais impactante da NBA, eu atribuiria a Alex Caruso, dos OKC Thunder.

MIP – Paolo Banchero (60%)

E por último, o primeiro americano da lista. Paolo Banchero tem tudo, mas tudo, para se tornar numa autêntica superestrela da NBA. O extremo tem um porte físico excelente para a sua idade, um jogo ofensivo completo e em crescimento, especialmente no lançamento exterior e uma agressividade de fazer lembrar um certo Carmelo Anthony.

Paolo teve uma excelente época e cresceu muito como líder, segundo Jamahl Mosley, treinador dos Orlando Magic: “Ele está a fazer as coisas certas para tornar todos ao seu redor melhor. Ele está a meter as pessoas em posição para lançar, ele está a atacar o cesto, a colocar pressão na defesa e a caminhar para a linha de lance livre. Ele está a fazer isso de uma forma altruísta para tornar o conjunto melhor de todas as maneiras possíveis.”

O extremo-poste teve médias de 22.9 pontos, 7.9 ressaltos e 5.4 assistências por jogo na temporada regular, o que ajudou o atleta a jogar no All-Star Game pela primeira vez na sua carreira.

O que me leva a acreditar que Banchero é a melhor opção para levar o prémio para casa foi a sua prestação nos Playoffs frente aos Cleveland Cavaliers. Nessa série, que foi a 7 jogos, Paolo marcou, em média, 27 pontos, apanhou 8,4 ressaltos e distribuiu 4 assistências por jogo. A sua agressividade e naturalidade num cenário de Playoff, como a primeira opção, alterou muitas opiniões sobre o jovem.

Este prémio é complicado de prever, pois pode existir um vencedor óbvio, como um jogador jovem que explode para as estrelas na 3ª época (Banchero), ou então um indivíduo que já ninguém acreditava e dá a volta na carreira (Julius Randle, Lauri Markkanen).

Banchero é, neste momento, o sexto favorito a levar o MIP para Orlando.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

Deixe um comentário