Porque é que cheira tanto a 2022, e ninguém reparou nisso?

Existem duas certezas na vida, a morte e os impostos. Mas se há algo a que a NBA já nos acostumou nesta última década, é que a estas duas, temos de juntar o inevitável “comeback” dos Golden State Warriors, que passando um pouco pelos pingos da chuva numa super competitiva Conferência Oeste, estão a realizar um arranque bem acima das expetativas.

Certo, o calendário de início de época não apresentou dificuldades por aí além e sinónimo disso é o registo de 9-2. Mas entre essas 9 vitórias, contam-se dois triunfos contra os Pelicans (ainda com Zion), Celtics, Rockets, Thunder e Mavs, tudo equipas com registos positivos ou com aspirações legítimas de playoffs. As 2 derrotas vieram num particular jogo desinspirado contra os Clippers, e contra os invencíveis Cavs.

Mas vamos então numa pequena e breve viagem ao passado.

Na época de 2020/2021, os Warriors acabaram a fase regular com um registo de 39-33, e o 9º seed da Oeste, onde acabaram eliminados nos Play-in pelos Grizzlies de Ja Morant. No final desse jogo, Steph Curry proferiu a célebre frase “Não nos vão querer encontrar para o ano”, e o resto é história. Na temporada seguinte os Warriors reergueram-se das cinzas e conquistaram o 4 anel da Dinastia Steph-Klay-Draymond, cimentando-se como um dos franchises mais bem sucedidos do atual milénio. É aqui que começam os pontos em comum.

Na temporada passada de 2023/2024, os Warriors acabaram a fase regular com um registo de 46-36 e o 10º seed da Oeste, onde acabaram eliminados pelos Sacramento Kings nos Play-In, uma desilusão em tudo semelhante à de 2020/2021.

Decorridos 11 jogos da temporada 2021/2022, os Warriors estavam 10-1 onde apresentaram um Offensive Rating de 112,3 (3º na NBA) e um Defensive Rating de 99,2 (1º na NBA), resultando num Net Rating de 13.1 (1º na NBA).

No mesmo número de jogos da atual temporada 2024/2025, os Warriors estão 9-2, com um Offensive Rating de 118,9 (3º na NBA) e um Defensive Rating de 108,0 (4º na NBA), resultando num Net Rating de 10.9 (4º na NBA), um mísero 0,1 abaixo do 2º e 3º classificados, Boston Celtics e Cleveland Cavaliers. Os números continuam bastante sólidos nas elementares categorias estatísticas, estando no Top 3 da NBA no que toca a Pontos, Ressaltos e Assistências por jogo em termos coletivos.

Pese embora a perda de Klay Thompson este verão para os Dallas Mavericks, as adições de Buddy Hield – que vem tentar fazer a sua melhor imitação de Klay – e de De’Anthony Melton – que estando saudável é candidato a top 10 defensor de perímetro da Liga – vêm dar muita qualidade a uma rotação que se tem estendido em muitas noites até ao 11º ou até mesmo 12º homem, e onde nenhum jogador tem jogado mais que 29.1 minutos por jogo. Juntando a isto um Andrew Wiggins que parece uns furos acima do ano passado, um Draymond Green que tem parecido manifestamente “mais calmo” e um Jonathan Kuminga que parece finalmente estar a demonstrar o seu potencial, parecem estar reunidas as condições perfeitas para mais um arco de redenção dos Golden State Warriors.

Por isso tudo, deixamos novamente a questão com que começámos.

Porque é que cheira tanto a 2022, e ainda ninguém reparou?

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