Opinião: “Se Shai é tudo o que dizem, vai ter que o mostrar agora…”

Os OKC Thunder encontram-se a duas derrotas de perder umas finais “fáceis” frente aos Indiana Pacers e há apenas um jogador que pode mudar a história, Shai Gilgeous-Alexander

Não me levem a mal, mas não devo ser o único que acha que a estatística é muito “enganosa”. Hoje em dia olhamos para os números e fazemos uma opinião, no entanto, acredito é preciso dar um pouco de contexto às “coisas”. Shai tem uma média de 32 pontos por jogo nas finais de 2025, frente aos Indiana Pacers, que, com todo o respeito, chegaram a este patamar sem saber ler, nem escrever.

Estamos a falar de um conjunto que tem duas figuras de destaque, Tyrese Haliburton e Pascal Siakam, no entanto, nenhum é um jogador verdadeiramente diferenciado. Haliburton tem vindo a destacar-se pela sua capacidade “anormal” de fechar jogos em cenário de Playoff, mas podemos todos concordar que um base que em um jogo é estrela, no outro é um “a menos” em campo, não pode ser considerado um “número 1” numa equipa que luta pelo título.

Já o “canivete camaronês” Pascal Siakam é alguém mais confiável. É consistente e é raro o jogo onde no final dizemos “faltou o Siakam”, no entanto, o extremo não é uma superestrela, todos sabemos disso, pois quando as chaves da franquia do Toronto passaram pelas suas mãos, a equipa do Canadá era apenas “mais uma” e ninguém os cotava como sérios candidatos ao título da NBA.

Mas estes Indiana destacam-se pelo coletivo, pelo basquetebol bem jogado, pela união e pelo sacrifício. Olhemos para peças como T.J. McConnell, Aaron Nesmith, Andrew Nembhard e Obi Toppin, tudo jogadores de grande qualidade, todos especialistas em alguma faceta do jogo, quer seja a facilitar os colegas, acertar triplos ou serem um bom defensor. Mas estou doido ou a equipa de Oklahoma também tem jogadores destas características?

Verdade, os OKC têm Caruso e Lu Dort, dois dos melhores defensores de perímetro da liga e que têm a capacidade de acertar triplos. Os OKC têm Chet Holmgreen como terceira opção, apenas um dos melhores protetores do aro da NBA, que ao mesmo tempo, consegue ser um excelente atirador e um bom parceiro no pick-and-roll. Também temos outros “rapazinhos”, como: Isaiah Hartenstein, Cason Wallace e um tal de Jalen Williams… aquele All-Star, não sei se já ouviram falar.

“Onde estás a querer chegar?”, pode estar a questionar o estimado leitor. Bem, eu acredito que Shai tem que ter mais mão na “coisa”, pois se é considerado o melhor jogador da série e tem um plantel superior, como é que está atrás? É um jogador muito relaxado e às vezes dá a impressão que não quer saber lá muito disto. O seu talento é inegável, um dos melhores marcadores desta geração, mas falta personalidade.

Estamos no último período do jogo 3, o encontro está renhido, os rivais estão a jogar em casa… é nestas situações em que a estrela tem que pegar no jogo. O Shai não pode confiar nos colegas para resolver o trabalho dele. Que eu saiba e tenha visto, quando LeBron James esteve em situações parecidas, era ele que ia lá resolver. O mesmo se pode dizer de craques como Jordan, Kobe, Bird, Nowitzki e Paul Pierce. Todos se destacavam pela sua facilidade em pôr a “bolinha” no cesto e todos queriam a bola quando ela mais pesava.

Shai Gilgeous-Alexander, no jogo 3 frente aos Pacers, marcou 3 pontos no quarto período e tentou apenas 3 lançamentos de campo, onde converteu um.

Se Shai é tudo o que dizem, vai ter que o mostrar agora. Jogo quatro, a perder por 2-1 na série, num pavilhão que vai estar mais amarelo que uma colmeia, faço a pergunta… “Vais aparecer ou esconder, Shai?”.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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