Jeanie Buss: O problema dos Los Angeles Lakers
Jeanie Buss, atual presidente dos Los Angeles Lakers e filha do lendário Dr.Buss, tem sido, durante o seu “reinado”, uma pedra no sapato da franquia mais conhecida da NBA.
Jeanie Buss herdou a franquia do seu pai, Jerry Buss, conhecido também, como o homem que salvou os Lakers do domínio de Boston e trouxe as melhores épocas da história da franquia, os “Showtime Lakers” e a dupla de Shaquille O’Neal com Kobe Bryant. Durante o seu período como presidente e dono da franquia, que começou em 1979 e terminou com o seu falecimento, em 2013, Dr.Buss foi aos Playoffs 31 vezes em 33 possíveis, mais os 10 títulos que levou para o Staples Center.
Com o seu falecimento, a franquia passou para os seus seis filhos, mas quem ficou com o cargo mais importante, foi Jeanie Buss.
A falta de respeito ao Laker mais “Laker”
Jerry West assumiu o posto de GM dos Lakers em 1982, após vários anos a trabalhar no departamento de scouting e como treinador principal. West foi uma peça fulcral na formação dos “Showtime Lakers” e foi o principal obreiro dos Lakers que venceram três campeonatos seguidos na década de 2000.
West teve sempre uma relação estável com Jerry Buss, com algumas “rixas”, mas isso é comum quando existem ideias diferentes, como por exemplo, no caso de Glen Rice. Rice era um marcador formidável, mas com a ascensão de Kobe Bryant e o receio da sua produção ser menor, pediu para a equipa não acionar a cláusula de “Team Option” que tinha no seu contrato, e, consequentemente, entrar na free agency.
West havia prometido ao extremo que a equipa iria deixá-lo sair, o que aliviou Rice. No entanto, Jerry Buss ignorou as promessas do GM ao jogador e acionou a cláusula, o que criou um clima de tensão.
Algum tempo depois, em 1999, a franquia avançou e chocou o mundo do basquetebol ao contratar Phil Jackson, o “Zen Master”. A decisão foi bem aceite pelo GM, Jerry West, no entanto, foi por esta altura que Jeanie Buss começou a dar os primeiros passos dentro dos Los Angeles Lakers e, consequentemente, começou a namorar com Phil Jackson.
A ideia de um namoro não tem nada de mal, mas neste caso, Jerry West não concordava, pois na sua ética, este relacionamento não era correto.
A partir daí, o relacionamento entre o GM e o treinador deteriorava dia após dia. West não queria Jackson como treinador e vice-versa. “Então, um dos problemas que eu tinha com o Phil era esse. O escritório dele era ao lado do meu e quando ele chegava de manhã, ele passava direto e nunca se dava ao trabalho de acenar ou abaixar a cabeça para dizer olá.” West era muito crítico da conduta do “Zen Master”, e, acredito que podemos todos concordar com essa declaração, basta ver como Phil tratava Jerry Kraus, o lendário GM dos Chicago Bulls de Jordan.
Uma das razões pela qual West saiu da franquia, foi a sua expulsão por parte Jackson do balneário da equipa após uma derrota nas finais de conferência de 2000, frente aos Portland Trail Blazzers. “O Jerry e [então assistente do GM] Mitch Kupchak entravam no balneário depois … mas eu queria que fosse só nós.” Declarou Jackson num evento em 2013. O logo da NBA não gostou do tom do treinador e não sentiu que havia justificação plausível para retirar uma voz tão experiente e poderosa de um balneário de uma equipa que tinha feito um jogo mau no clutch time.
West saiu da franquia em 2000, logo após o primeiro dos três títulos. Na sua ausência, a equipa acabou por se desmantelar, com a saída de Shaq em 2004. Jerry, em 2002, passou a ser o novo GM dos Memphis Grizzlies, numa caminhada que alavancou a franquia, mas sem grandes sucessos. Mais tarde, nos meados de 2000, os Lakers eram resumidos em um frase: “Kobe e mais quatro”.
Kobe via-se obrigado a despediçar o seu “prime” a carregar uma equipa muito fraca aos Playoffs, e, para o “Black Mamba”, isso não ia ser mais opção. Bryant pediu ao front office para trazerem de volta Jerry West, porque senão, iria pedir uma troca, coisa que aconteceu. Não se sabe ao certo se uma proposta chegou a estar em cima da mesa de West, mas o mesmo iria recusar, pois não queira incomodar o trabalho de Mitch Kupchak, o seu menturado.
Em 2017, depois da sua saída dos Golden State Warriors, o “Mr.Clutch” queira voltar a casa, a LA, e resolver os problemas ao trabalhar com Jeanie Buss, já que por esta altura, o seu pai já havia falecido.
A menina Buss não quis saber e não deu bola ao indivíduo que formou as duas melhores equipas da história da franquia, por isso, West “levou os seus talentos” para os Los Angeles Clippers, onde operou como consultor e ajudou a equipa a conseguir Paul George e, de forma muito controversa, Kawhi Leonard, que estava a ser disputado pelas duas franquias de LA.
West convenceu Kawhi a assinar pelos Clippers ao criticar a estrutura dos Lakers, apelidando-a de “Um autêntico circo!” Ao saber da notícia, Jeanie Buss retirou os lugares reservados à família West do pavilhão e deixou o “Laker mais Laker de todos” de fora da sua lista dos 5 maiores Lakers da história. Para quem quiser rir um pouco, a sua lista foi: Kareem Abdul-Jabbar, Koby Bryant, Magic Johnson… LeBron James e Phil Jackson.
O que adianta ter uma estátua de alguém, se ela não é respeitada? West deu décadas e décadas da sua vida aos Los Angeles Lakers. A família Buss, mas em maior destaque, Jeanie Buss, não mostraram a devida gratidão a uma pessoa que jogou com Wilt Chamberlain e Elgin Baylor, foi o treinador de Kareem Abdul-Jabbar, convenceu Shaq a vestir a dourada e roxa e trocou Vlade Divac por Kobe Bryant. “Fico curioso para saber se eles teriam tido sucesso se eu não estivesse lá.” afirmou West.
Não sabe gerir uma equipa
Não sou crítico de LeBron James, muito pelo contrário, mas a sua ideia de “mandão” estragou muita coisa na sua carreira. LeBron James não é um GM. O facto de Buss sucumbir ao nome de LeBron, mostra o porque de não ser uma boa presidente.
A enorme troca por Westbrook foi ideia de quem? LeBron James. Mas uma pessoa que percebe como montar uma equipa, iria entender que ter dois jogadores em campo que necessitam da bola na mão para estarem ligados ao jogo, não é lá grande ideia, especialmente quando um deles tem um lançamento fraco.
Não vamos aqui criticar a escolha de Bronny James, mas podemos apontar o dedo ao seu pai, que assim o quis. Colocar um miúdo na maior franquia da NBA, sendo que não está pronto para a NBA. É colocar pressão extra ao nome que Bronny já carrega nas costas. Mas será culpa de LeBron?
LeBron é um ser humano como qualquer outro, ele tem desejos e vontades, mas é por isso que existem os executivos e GM’s, para impor a calma e tentar fazer a escolha mais sábia para a franquia. Em 2020, os Los Angeles Lakers venceram o campeonato da NBA, com uma equipa bem estruturada e experiente. Agora, alguém consegue-me explicar o porque da equipa, nem dois anos depois, ser completamente diferente? Incompetência de Rob Pelinka, mas acima de tudo, de Jeanie Buss, que continua a remar contra o vento.
“Play stupid games, win stupid prizes”
Jeanie Buss hoje sorri porque tem LeBron James, mas LeBron está a caminho dos 40 e não vai durar muito mais. A reputação da estrutura dos Lakers está lá em baixo na NBA, especialmente com a escolha de Bronny James e a contratação de JJ Reddick, que nunca treinou uma equipa de basquetebol na sua vida.
Quando James terminar a sua ilustre carreira, os Lakers não vão ter reputação, nem interesse por parte dos jogadores da liga. Estão a confiar no seu estatuto de equipa de mercado grande, mas isso pouco ou nada vale quando a estrutura é uma tristeza, levem os Knicks como exemplo. Desde a saída de Ewing foram sempre o alvo de gozo da NBA, até chegar Carmelo Anthony, que nada venceu. Quando “Melo” abandou o Garden, foram 4 anos de pura miséria.