As pérolas escondidas deste Draft 2024

Após um Draft com Victor Wembanyama, Brandon Miller, Jaime Jaquez Jr., Scoot Henderson e “Chet Holmgreen” (membro da classe de 2022, porém fez o seu primeiro jogo na NBA com a classe de 2023), os miúdos deste ano não têm levado as equipas e os adeptos à loucura. Existe muito talento, e, por vezes, são estas as melhores classes de jogadores. Iremos hoje ver aquelas pérolas escondidas que poderão ser grandes craques.

Os nomes mais ouvidos desta classe são de: Alex Sarr, Nikola Topic e Zaccharie Risacher, no entanto, os outros não estão só para roubar um lugar nas equipas da NBA e serem “busts”. Estão para mostrar ao mundo o que o Draft de 2024 tem para oferecer.

Jared McCain

Comparação: Seth Curry/ Coby White

Habituem-se a ouvir este nome, pois para o ano ele estará na boca do mundo. Jared McCain será o roubo do Draft.

Um jogador que em todos os Mock Drafts está na zona entre a 13ª à 20ª escolha, não é um super atleta, mas é um base muito habilidoso.

Ser um base que saiba lançar na NBA já é uma obrigação, agora, ser um base que mete a bola no cesto de qualquer maneira é uma mais valia gigantesca. McCain é o consenso melhor atirador deste Draft. Atenção, isso nem sempre significa que isso o vai fazer de uma estrela na NBA, por exemplo, os mais antigos vão se lembrar de Doug McDermott na Universidade de Creighton, onde era o melhor atirador da classe e tinha muitas expectativas, no entanto, não explodiu e ficará conhecido como um bom role player.

Jared parece ser diferente. É um criador e ao mesmo tempo um excelente jogador no catch-and-shot, sabe ler o jogo muito bem para a idade que tem e tem muito potencial para ser um base duplo, ou seja, consegue tanto jogar a 1 como a 2.

Fraquezas

Jared é um jogador muito conhecido pela sua alta criatividade, porém, o facto de ser um jogador “pobre” fisicamente não permite que quando chegar à NBA consiga penetrar no garrafão com tanta facilidade. Agora vendo com olhos positivos, McCain sabe conduzir o Pick-And-Roll como poucos jogadores de 20 anos conseguem, e isso faz com que caso não passe ao grande a cortar para o cesto, consiga infiltrar com mais facilidade, já que ter mais espaço para tal.

Esta fraqueza vai impedi-lo de moldar o seu jogo exatamente como o Donovan Mitchell, por exemplo. Jared parece ser um Seth Curry, mas mais completo, mais sólido com a bola na mão e um defensor melhor.

Stephon Castle

Comparação: Markelle Fultz/ Davion Mitchell

Este miúdo dá cartas e cartas. Após conseguir ajudar Connecticut a vencer o segundo campeonato da NCAA consecutivo, a maioria dos aplausos foram para Donovan Clingan, que está projetado para ser escolhido no top 3, no entanto, o jogador desta equipa que tem mais potencial de NBA é Stephon Castle.

Jacob Douglas, membros do Pounding The Rock, um blog dos San Antonio Spurs, afirmou: “Clingan pode receber mais aplausos pelos adeptos universitários por causa dos seus abafos espetaculares e grande estatura, mas quem tem mais potencial na NBA é o Castle.”

Castle é um base alto de 19 anos, com um jogo completo, onde não é mau em nada, mas também não é perfeito em nada. O jovem destaca-se pela sua maturidade dentro de campo. É composto, calmo e joga em prol da equipa, algo que não devia ser raro, mas hoje em dia, é.


Stephon é muito diferente de McCain. Enquanto o jovem de Duke é um criador ao mais alto nível universitário, Castle é um playmaker superior, com uma vontade natural para defender com unhas e dentes. Não complica nos passes e é fiel aos fundamentos de um base. Quando tem a oportunidade de penetrar para o garrafão, ele não pensa duas vezes e arranca, quer seja para finalizar ou para distribuir para um colega perto do cesto.

A sua finalização é bem acima da média, pois Castle é quase que um ambidestro, tanto consegue finalizar com a esquerda ou com a direita.

Há muitos especialistas que afirmam que Castle é o “cão doido” desta classe de 2024, algo como um Marcus Smart, mas com melhor temperamento.

Fraquezas

Falta a Castle um lançamento exterior mais confiável. É cada vez mais um requisito obrigatório na NBA para jogadores que não tenham pelo menos 2,10m de altura e o base de Connecticut não é um lançador que passa confiança.

Zach Edey

Comparação: Yao Ming

E por último, o mais alto. Zach Edey é um nome que quase todos os adeptos da NBA já ouviram, quer seja pela sua altura, ou pelo facto que venceu o prémio de Naismith Player os the Year pela segunda vez consecutiva. Nascido no Canadá, Zach está projetado para ser escolhido entre a 20ª e a 27ª escolha no Draft.

O gigante de 2,24m vai entrar na NBA já com 22 anos, com um corpo saudável e sem lesões e com um jogo muito refinado.

Muitos adeptos e equipas irão olhar para Edey e pensar que ele é só um gajo alto que apanha pontes aéreas e faz cestos porque ele é muito mais alto que os outros todos. Bem, se o leitor é uma dessas pessoas, ainda vai a tempo de repensar depois desta análise.

O poste canadiano da Universidade de Purdue é habilidoso, dominante e acima de tudo, maior que os outros todos. No ponto de vista ofensivo, Zach irá fazer a transição para a NBA belissimamente. Vai entrar na liga como o segundo mais alto, empatado com Boban Marjanović, com um jogo de poste baixo bem completo, onde consegue fazer os famosos “baby-hooks” com as duas mãos, o que deixa tudo mais imprevisível, e, obviamente, se derem espaço para o afundanço, podem colocar os capacetes porque o rapaz não é nada leve.

Edey vai ser um íman de double-teams, pois ele não é só alto, mas também é muito robusto. Na NBA existe a modernice de colocar jogadores como Draymond Green e Bam Adebayo a poste. Com um Zach Edey, que mede mais 18cm que Bam, não importa o quão bom é o defensor, é muito tamanho e largura para defender sozinho. Como Zach está constantemente com dois marcadores em cima, trabalhou o seu passe através do poste baixo, procurando sempre o jogador aberto. As franquias e treinadores adoram postes que estão na disponibilidade de passar a bola, se essa for a melhor opção.

O toque suave de um gigante tão único traz memórias de Yao Ming, que também, antes de jogar na liga, era vítima do pensamento: “O tal chinês “muita” alto é só um poste de eletricidade e não é lá grande coisa”. Quando pisou na NBA, calou muita gente, inclusive Shaq.

Fraquezas

Apesar do enorme tamanho, Edey é muito trapalhão a defender jogadas um-para-um. Na NBA, com toda a certeza, irão o testar no perímetro com bases mais rápidos e explosivos, onde o canadiano vai ficar mal na fotografia.

Porém, o garrafão da equipa que draftar Edey vai estar muito bem protegido. As equipas adversárias vão ter receio de entrar no covil do poste de 2,24m, e, se forem corajosos, arriscam-se a ser desarmados com toda a violência.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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