A preparação do fenómeno Victor Wembanyama

A escolha mais esperada desde LeBron James em 2003, pesa sobre os ombros de Victor Wembanyama. Três meses antes do draft da NBA, o fenómeno francês está prestes a atravessar o Atlântico para jogar na NBA. Os jornalistas da ESPN tiveram acesso aos bastidores da preparação do jogador.

Na vida de um atleta deste calibre, nada é deixado ao acaso. A vida diária de “Wemby” é marcada por treinos e tudo o que é relacionado com a preparação. Isto vai desde o desenvolvimento muscular e técnico, claro, até aos mínimos detalhes da sua evolução.

Tudo começa com as horas de sono do jovem de 19 anos. O seu treinador, Guillaume Alquier, e o seu agente, Jeremy Medjana, fazem questão de que durma o suficiente. São cerca de 10 a 11 horas. É um imperativo que envolve também ter tempo todas as tardes para uma sesta.

Após estes períodos de descanso, Wembanyama passa duas horas todos os dias com Alquier para trabalhar o seu corpo. O treinador, porém, não vê o ganho de peso como um objetivo importante antes da sua chegada à NBA. Não está nem no programa.

“O peso virá com o tempo, sabe, mas enfatizar o peso é um erro. Tenho 100% de certeza disso. Se colocares muito peso no corpo de Victor muito rapidamente, não vai durar. Isso é certo. Ele vai estar sujeito a lesões”, explicou o seu segundo agente, Bouna Ndiaye.

Holger Geschwindner, lendário treinador de lançamento de Dirk Nowitzki, é da mesma opinião. O francês, presta muita atenção à alimentação, com cinco refeições diárias para garantir a manutenção da massa muscular adequada, sem engordar demais. “Não me vejo a ser uma pessoa muito, muito forte”, refere o jogador.

Como as lesões são uma preocupação constante para Victor Wembanyama, tudo está a postos para evitar a menor falha. Por exemplo, costuma estar entre os primeiros em campo na sua longa rotina pré-jogo, que ajuda a limitar os riscos. Ele e Guillaume Alquier concentram-se principalmente no pé, uma área do corpo que costuma causar problemas para jogadores altos.

“Temos uma experiência incrível em como evitar lesões por fadiga, como evitá-las com aqueles pés longos. É algo que tens de trabalhar. Temos um programa especial para Victor, no pé, nos últimos três anos” , confirma Ndiaye.

Todo este processo passa antes de tudo pela formação. O jogador aprende, desde os 15 anos, a apoiar-se para limitar o impacto. Terminar a sua temporada para preservá-lo nunca foi uma opção, no entanto.

“Se Victor não jogar basquetebol, ele não vai ser feliz. O que o deixa feliz é praticar este desporto. Não é uma questão de dinheiro, ele vai ganhar dinheiro. Ele quer jogar”, explica Medjana.

Hoje, a primeira posição de Victor Wembanyama está quase garantida. Alguns, no entanto, permanecem céticos sobre a sua capacidade de conter os postes físicos da NBA. Teremos de esperar até ao início da próxima temporada, talvez até mais, para saber se todo este esforço valerá a pena.

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