Vai ter que haver mudança em Denver

Após a derrota no jogo 7 frente aos Minnesota Timberwolves, a equipa do estado de Colorado vai ter muito trabalho nesta off-season se quiser voltar entrar na luta direta pelo título da NBA.

O problema Michael Porter Jr.

MPJ, como assim é conhecido, foi uma peça importantíssima na conquista do título do ano passado da NBA ao serviço dos Nuggets, no entanto, é o principal culpado pela eliminação dos ex-campeões.

Com médias de 10.7 pontos, 5.7 ressaltos, com uma eficácia asquerosa de 37.1% nos seus lançamentos de campo. Para um jogador que é considerado a 3ª opção na grande maioria dos jogos, não chega, nem de perto, nem de longe.

Porter está também com um contrato largo e pesado. Na próxima época irá fazer $35,859,950, valor que não justifica a sua produção regular.

Com Kentavious Caldwell-Pope a dar a sua entrada na free agency, Denver tem que se precaver e elaborar um plano para manter este plantel competitivo.

Os dirigentes da organização têm uma escolha a fazer: trocar Porter Jr. por profundidade no plantel ou manter o extremo, dando um voto de confiança que irá melhorar as suas performances.

Sem banco, sem campeonato

Para chegar longe nos Playoffs, os treinadores dão mais minutos às estrelas e cortam a rotação para menos jogadores, porém, não podem esquecer que quem tem banco, tem opções.

Minnesota selou o jogo 7 com Naz Reid em campo, um jogador de banco. Karl Anthony-Towns fez um jogo espetacular, inclusive a marcar Jokic, no entanto, Micah Nori entendeu que Naz Reid ia trazer algo que um jogador mais desgastado como KAT não conseguia, energia.

Reid abafou Jokic e fez uma afundanço logo após um ressalto ofensivo, o que motivou muito a equipa e os fez acreditar que o jogo podia já estar “no bolso”.

No ano passado, Denver tinha Bruce Brown, que foi espetacular e crucial na reta final da temporada, por ter mais energia e menos quilômetros nas pernas que os outros. Na free agency perderam o base/extremo e não o substituíram. Com uma rotação de oito homens, os suplentes foram principalmente: Justin Holiday, Reggie Jackson e Christian Braun. Não é suficiente para lutar por um título.

Equipas como Minnesota e Boston têm bancos de grande qualidade. De um lado Naz Reid, Kyle Anderson e Nickeil Alexander-Walker, um conjunto muito defensivo, com dois bons atiradores e dois bons facilitadores. Do outro temos Payton Pritchard, Sam Hauser e Al-Hordord (ou Derrick White, dependendo se Porzingis joga a 4 ou a 5), um grupo muito ofensivo, especialmente Pritchard e Hauser.

Agora, Reggie Jackson cada vez tem menos pedalada para isto, embora que algumas vezes sem lembre de fazer um jogão, mas é cada vez mais raro, Justin Holiday não tem qualidade suficiente para ter muitos minutos nos Playoffs por uma equipa que quer vencer tudo e Christian Braun é o único que se aceita continuar como membro desta rotação.

Jokic não tem com quem trocar

Nikola Jokic é quase de ferro, mas é humano também. No jogo 7 frente a Minnesota, o sérvio estava visivelmente exausto. Fez 47 minutos a lutar contra Rudy Gobert, KAT e Naz Reid, e é óbvio, que após tantos jogos a fazer tantos minutos, um jogador que pesa cerca de 130kg também se cansa.

Denver não tem um jogador grande que possa fazer parte desta rotação nos Playoffs, o que significa, mais minutos para Jokic.

Após os 50 já não dá para mais

Na era Nikola Jokic, os Denver Nuggets ainda não venceram uma série contra uma equipa com mais 50 vitórias na temporada regular:

  • Minnesota Timberwolves – 2024 – 56 vitórias;
  • Golden State Warriors – 2022 – 53 vitórias;
  • Phoenix Suns – 2021 – 51 vitórias;
  • Los Angeles Lakers – 2020 – 52 vitórias;
  • Portland Trail Blazers – 2019 – 53 vitórias;

Isto não está a ser transmitido como um ataque a Jokic, mas sim à organização de Denver. Lá por terem o melhor poste desde Hakeem Olajuwon, não significa que não tenham de ter uma equipa profunda e com mais opção.

Jamal Murray não é um “número 2

Nikola Jokic é dos 5 melhores jogadores deste século. Já venceu 3 três o MVP, um campeonato e um MVP das finais, é dos melhores marcadores de pontos da liga e um dos, senão o melhor, facilitador deste século da NBA, e ainda não tem o seu “Robin”.

Shaq e Kobe, Duncan e Parker, Jordan e Pippen, LeBron e Kyrie, LeBron e Wade, Erving e Malone, Bird e McHale, Steph e Thompson, Kareem e Magic, duplas histórias que estão ligadas às melhores equipas da história da NBA. Todos conquistaram o mundo com pelo menos um Hall of Famer ao seu lado, todos menos Jokic.

Jamal Murray é um grande jogador, capaz de elevar o seu jogo quando a bola mais pesa, mas mesmo assim, não tem o perfil, nem o nome, nem a qualidade para chegar ao Hall of Fame. E com isto em mente, se Denver não agir rápido, pode estar a perder anos do “Prime” mais absurdo desde Shaq ou LeBron James.

Com a situação de Donovan Mitchell em Cleveland muito incerta, Calvin Booth, GM dos Denver Nuggets, devia fazer umas chamadas a perguntar a disponibilidade da equipa de Ohio em negociar o base.

Um negócio que envolva MPJ ou Gordon podia ser visto com bons olhos por Denver, pois é mais fácil arranjar um Aaron Gordon do que um Donovan Mitchell. Basta ver como Dallas está a usar P.J. Washington, que parecia estar perdido em Charlotte e hoje é uma peça fulcral numa equipa que está nas finais de conferência.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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