Rudy Gobert: Uma carreira invejável e pouco apreciada pelos “espertalhões”

No mundo da media da NBA existem analistas, comentadores e jornalistas, no entanto, quase todos têm algo em comum, o desgosto por Rudy Gobert.

Rudy Gobert foi escolhido pelos Denver Nuggets na 27ª posição do Draft de 2013, na mesma noite foi trocado para os Utah Jazz e deu começo à sua carreira na NBA. Desde esse dia, Gobert já venceu o prémio de melhor defesa do ano (DPOY) por três vezes (duas delas sendo consecutivas), foi chamado para o All-Star Game em três ocasiões e nomeado para uma All-NBA Team por quatro vezes, e mesmo com todas estas conquistas, Rudy continua a ser gozado pelos “espertalhões”.

Como é que numa era onde jogadores como Jordan Poole, Jalen Green e até Donovan Mitchell são bajulados e perdoados pelos seus erros, e um jogador como o Gobert é visto como um coxo? É um caso para ser estudado.

Se questionam as conquistas de Gobert, achando que não são nada de espetacular, deixem-me vos mostrar alguns factos:

  • Um dos únicos dois jogadores da história da NBA a ter uma época com 10 pontos e 10 ressaltos com 70% FG. A sua companhia…Wilt Chamberlain;
  • 199 duplos-duplos com 70% FG, apenas 3 atrás de Dwight Howard, o primeiro colocado na história;
  • Apenas 4 jogadores conseguiram o DPOY 3 vezes ou mais, Gobert é um deles;
  • É o jogador com maior TS% da história da liga, com .6695;
  • Liderou os Jazz a terem a segunda melhor defesa da liga em duas ocasiões (2017/18; 2018/19);
  • Lidera atualmente a melhor defesa da liga, os Minnesotta Timberwolves;

O último tópico tem que ser discutido, não dá para ignorar. Gobert tem tido uma das melhores temporadas da sua carreira, tendo um papel preponderante nestes Minnesotta, especialmente no lado defensivo, ajudando a equipa a ter a melhor defesa da NBA e o melhor recorde em geral da conferência.

O vídeo acima é uma perfeita representação do jogo de Gobert, muito mais do que a estatística. Na jogada podemos observar que Chet Holmgren não tenta ir para o cesto, sentindo que ia ser bloqueado, por isso, tentou uma “à Kareem” que não caiu. Após o lançamento, Aaron Wiggins consegue o ressalto ofensivo e apercebe-se da presença de Rudy, por isso, atrasou a bola para Chet, que falhou na tentativa de uma infiltração no garrafão e deu a bola a Isaiah Joe, que olhou diretamente para o cesto, mas quando nota que o francês já tinha recuperado a posição, ele próprio recua e dá a bola novamente a Chet. O rookie já tinha pouco tempo no relógio e tinha que lançar, mas com Gobert à sua frente, só resultou numa coisa, air ball e posição para os Timberwolves.

Resumindo e concluindo, Gobert não é perfeito, não tem um jogo de poste baixo muito disperso, tem muitas dificuldades a guardar o perímetro (que hoje em dia é necessário num poste) e já mostrou ter uma grande boca. No entanto, isso não implica que não possamos apreciar os seus bons ao invés de criticar sempre os seus podres.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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