Detroit Pistons: Um projeto fracassado que trouxe lágrimas a Cade Cunningham

Após a derrota em casa frente aos Utah Jazz, que não contavam com uma grande parte da sua rotação, os Detroit Pistons estão em maus lençóis, marcando assim, a sua 25ª derrota consecutiva. Após os Jazz confirmarem as ausências, toda a gente acreditava que era hoje o dia em que os Pistons venciam um jogo de basquetebol, no entanto, o jogo ficou 111 – 119 para a equipa de Utah. O pós jogo ficou marcado pela expressão de tristeza de Cade Cunningham.

A equipa de Detroit tem sido, de longe, a pior organização da NBA dos últimos 15 anos. A equipa não vence um jogo de Playoff desde 2008, a maior seca da liga.

A organização dos Pistons é das piores que já se viu. A quantidade de erros grosseiros que a franquia já cometeu, desde trocas a contratos, é inadmissível e desrespeitoso com a história dos Detroit Pistons. Desde a troca de Chauncey Billups para os Denver Nuggets, a equipa não voltou a cheirar o sucesso coletivo esperado de uma organização que já tinha vencido o Larry O’ Brian por 3 vezes, duas sendo consecutivas (1989, 1990 e 2004).

Esse é só um dos erros, mas ainda existe muita asneira para falar. Vamos mencionar algumas:

  • Recusaram duas 1st Round Picks por Bojan Bogdanovic;
  • Contrato mais caro de sempre para um treinador (Monty Williams);
  • A deslocação de Isaiah Stewart para PF;
  • A troca de Saddiq Bey por James Wiseman;
  • A persistência com Killian Hayes;
  • Não construir à volta de Cade Cunningham;

O leitor apercebe-se que esta lista é relativamente recente, com a asneira mais antiga acontecendo no início da temporada 21/22, com a adaptação de Stewart a PF.

Bojan Bogdanovic, um extremo de grande qualidade, que, na temporada passada, teve os melhores números da sua carreira, está a envelhecer e já conta com 34 anos. Foi reportado por vários Insiders da NBA, que os Pistons recusaram propostas por Bojan por duas escolhas de primeira ronda. Não faz sentido para uma franquia onde a média de idades é 25.1, manter um jogador envelhecido que a qualquer altura pode-se lesionar, em troca de receber futuras peças jovens para equipa ou peças para envolver numa futura troca com outra equipa.

Uma das maiores asneiras foi sem dúvida a troca de Saddiq Bey por James Wiseman. Saddiq Bey, um jovem extremo atirador, bom defesa e muito prestável, foi trocado por um “pinheiro” com o nome de James Wiseman. Já com Stewart e a futura estrela Jalen Duren, os Pistons pensaram em adquirir mais um gigante. Tudo certo, no final das contas, a equipa precisa de uma boa rotação, mas se calhar, trocar um jovem que na temporada anterior marcava 16 pontos por jogo com boa eficácia não era a melhor opção.

Precisamos de falar de Monty Williams. Será tudo isso como treinador? Ou ter CP3 e Devin Booker como os bases da equipa “era outra loiça”? Monty assinou o maior contrato de sempre para um treinador, seis anos e 78.5 milhões de dólares, e até agora, a marca da caneta no contrato é mais visível do que o seu trabalho como treinador dos Pistons, essa é realidade.

Desde forçar Isaiah Stewart a jogar a 4, que claramente não é onde ele pertence, a insistir em Killian Hayes. As outras 29 equipas da liga já repararam que Hayes não é jogador de NBA, menos uma, os Detroit Pistons, como é óbvio. Monty já chegou ao ponto de colocar Hayes como titular no lugar de Jaden Ivey, um jogador melhor e mais novo.

Podia ter falado de Ausar Thompson, o novato escolhido por Detroit com 5ª escolha, no entanto, ele tem sido dos melhores “rookies” da liga. Mas isso não invalida que seja uma má escolha, já que Detroit necessitava urgentemente de mais um extremo atirador, e bem, Ausar acerta 15.1% dos seus triplos. Bom jogador, mau encaixe.

Esta equipa tinha tudo para competir. Têm um dos melhores postes com menos de 25 anos, Jalen Duren, e um dos melhores jovens jogadores da liga, Cade Cunningham, um verdadeiro “Floor General”.

Cade é o presente e o futuro de Detroit. Não é qualquer um que faz 22 pontos e 7 assistências por jogo com 22 anos, este nível de produção está reservado apenas para os elite da elite. Mas expliquem, como é que um “Floor General” consegue trabalhar e fazer as coisas funcionar se não tem uma equipa que o complementa? Os dois extremos (Stewart e Ausar) têm medo e hesitam na hora de lançar, Jaden Ivey e Killian Hayes demonstram dificuldades em situações de “Catch and Shoot”, onde a média dos dois juntos é de 29%.

No mundo da NBA moderna, quando se tem um poste mais físico que não lança, neste caso, Jalen Duren, é esperada uma mudança na rotação, havendo mais necessidade de lançamento exterior, mas Detroit pensa que consegue ser contra a regra, é por isso que acertam 33% dos seus triplos, apenas a pior marca da liga. Nada é coincidência, nada mesmo.

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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