A luta pelo ROTY mais falada e desnivelada da história recente

O prémio de novato do ano é sempre dos mais discutidos durante a temporada regular da NBA, e este ano não é diferente. A corrida pelo ROTY de 2023 tem sido, até ao preciso momento, uma das melhores dos últimos anos, tendo como os principais protagonistas, Chet Holmgren e Victor Wembanyama, correto? Nem por isso.

É verdade que Wembanyama está a ter uma temporada anormal para um rookie, com médias de 18.6 pontos, 9.1 ressaltos e uns impressionantes 3.6 STOCKS (“abafos”+ roubos de bola) por jogo, porém, está a fazê-lo com uma eficácia medíocre, tendo apenas 42% dos seus lançamentos a entrar no cesto, e apenas 26.9% dos seus triplos são convertidos com sucesso.

No outro lado temos Chet Holmgren. A segunda escolha do draft de 2022 esteve lesionada a passada temporada inteira, com um problema grave no seu pé, no entanto, Holmgren estreou-se nesta temporada ao serviço dos OKC, e podemos afirmar que não está a desapontar nem os adeptos, nem a organização, conseguindo médias de 17 pontos por jogo, juntamente com 7.8 ressaltos e 3 STOCKS. Mas a olho nu Wembanyama parece estar um pouco à frente, isto é, se não observarmos as percentagens de Chet, que neste preciso momento, o permite entrar no clube dos 50/40/90, um dos clubes mais prestigiados do mundo do basquetebol. Apenas entra neste clube os jogadores que têm uma percentagem de campo geral de 50% ou mais, uma percentagem de três pontos de 40% ou mais e uma percentagem da linha de lance livre de 90% ou mais, para terem uma ideia, apenas nove jogadores na história da NBA conseguiram tal feito, entre eles temos Steph Curry, Kevin Durant, Steve Nash e Larry Bird, e Chet está a caminho de ser o primeiro poste deste mesmo clube.

A diferença de pontos entre os astros é pequeníssima para justificar tanta diferença na eficácia. Holmgren só não é mais eficaz, como também é um defesa mais confiável, tendo um “defensive rating” de 105, significando que por 100 posições de bola, Chet concede 105. Wembanyama na mesma métrica saí por baixo, tendo um “defensive rating” de 114.

Uma das estatísticas avançadas mais reverenciadas dos últimos anos tem sido o PER (Player Efficiency Rating), que tem o objetivo de juntar todas as contribuições de um jogador em um só número. Com isto em conta, Wembanyama tem um PER de 15.7 e Chet de 22a média da liga é 15. Todos estes números acimentam este argumento.

A temporada regular ainda não chegou ao seu 1/3, por isso, ainda é muito cedo afirmar qual dos dois irá ser o merecido vencer do prémio, no entanto, pouco se tem ouvido falar de Chet Holmgren, que tem sido um verdadeiro fenómeno, por muita culpa da publicidade e unicidade de Victor Wembanyama.

E tu? Quem achas que leva o ROTY?

Daniel Pimpão

Sou um apaixonado por basquetebol, vivo e respiro este desporto que nos tira horas de sono. Tenho 19 anos e um sonho de um dia ser um dos melhores jornalistas portugueses. Estou a tirar Comunicação Social em Abrantes, no âmbito de jornalismo. Olhar sempre para a frente, mas trabalhar com a cabeça para baixo.

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